A PRÉ-CANDIDATURA DE FERNANDO E A POLARIZAÇÃO COM MANGABEIRA


Wense comenta a possibilidade de polarização entre Fernando e Mangabeira


O prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, sabe que precisa ultrapassar alguns obstáculos para sair candidato na sua própria sucessão, via instituto da reeleição.

A primeira barreira é o alto índice de rejeição ao governo, o maior já detectado no processo sucessório de Itabuna. Tem pesquisa que chega a apontar uma desaprovação de quase 80%.

Salta aos olhos – que não precisam ser grandes e arregalados como os da coruja – que a rejeição decorre de dois fatores: a grave crise na saúde e o sentimento de mudança que toma conta de uma parcela significativa do eleitorado.

O primeiro ponto atinge só o gestor de plantão, que continua sem abrigo partidário depois que saiu do DEM, partido pelo qual foi eleito chefe do cobiçado centro administrativo Firmino Alves. A opinião de que uma melhora acentuada na saúde é condição indispensável para materializar a pretensão de disputar o pleito de 2020 é unânime.

O outro item, o aflorado e aceso sentimento de mudança, cada dia mais consolidado, é assentado em um percentual que corresponde a 60% do universo pesquisado. São eleitores que não pretendem, em hipótese nenhuma, votar em quem já foi prefeito, como Geraldo Simões (PT), Capitão Azevedo (PL) e Claudevane Leite, o Vane do Renascer (PRB).

O staff fernandista está dividido entre os que acham que Fernando sai candidato e os que apostam que não. Esses alegam não só o tempo curto para uma queda acentuada no índice de rejeição como a idade avançada do alcaide.

No tocante a sua próxima legenda, com certeza da base aliada do governador Rui Costa, vai ser um pequeno partido e de pouca expressão nacional. O chefe do Executivo esteve bem perto do PSD do senador Otto Alencar e do PP do vice-governador João Leão.

Pelo andar da carruagem, a campanha do alcaide, que busca quebrar o tabu do segundo mandato consecutivo, já que nenhum gestor conseguiu permanecer no cargo, vai dispor de pouco tempo no horário eleitoral. Até agora não se tem notícia de partido interessado em apoiar à reeleição do atual mandatário-mor da cidade.

A torcida no PDT de Itabuna, que tem o médico Antônio Mangabeira como prefeiturável, é pela candidatura de Fernando Gomes. Uma polarização entre o pedetista e o atual gestor é tida como bastante provável.

Além dessa polarização, o antifernandismo vai se transformar no grande “cabo eleitoral” de Mangabeira, assim como o encrustado e gigantesco antipetismo na eleição de Jair Messias Bolsonaro.

Mangabeira, que já tem o apoio de quatro legendas, podendo ter a quinta adesão ainda neste mês natalino, é o adversário que Fernando Gomes quer realmente derrotar. Quando questionado sobre Geraldo Simões (PT), Capitão Azevedo (PL) e Augusto Castro (PSD), o prefeito se mostra tranquilo, principalmente em relação ao petista.

Fernando Gomes

Pela frente um período de calmaria com o natal, ano novo e carnaval. Quando as águas de março fecharem o verão, começa o pega-pega no movediço e traiçoeiro mundo da política.