Artigo de João Otávio Macedo – UMA LIÇÃO PARA SEMPRE


“que os líderes mundiais façam grande reflexão e lutem cada vez mais e, com muita tenacidade, pela paz”


 

A primeira guerra mundial durou de 1914 a 1918, matou mais de vinte milhões de pessoas, devastou parte importante da Europa e foi, até então, tida como o maior conflito já observado, envolvendo vários países e mexendo com a economia mundial. Foi a chamada “guerra das trincheiras”, quando a aviação foi, pela primeira vez, utilizada como arma mortífera, bem como a utilização de gases letais. Quando terminou, em 1918, o mapa da Europa e de outras regiões do mundo havia sofrido grandes modificações; algumas nações sofreram pesados prejuízos, a exemplo da Alemanha e outras, como os Estados Unidos da América, começaram a despontar na posição de novos líderes no complicado xadrez internacional. França e Inglaterra, apesar dos prejuízos, foram nações vitoriosas e impuseram ao país que mais perdeu, a Alemanha, pesadas sanções incluídas no Tratado de Versalhes, que teriam um desfecho terrível anos depois.

Esperava-se que os horrores dessa primeira guerra estariam definitivamente banidos, mas as imposições do já citado Tratado de Versalhes, asfixiando a nação alemã que passou a experimentar uma inflação tida como uma das maiores que já ocorreu, com a derrocada da economia, número alto de desempregados; tudo isso propiciou o surgimento de um líder austríaco carismático, egresso como cabo na primeira guerra mundial e cheio de ódio aos vencedores e, principalmente, aos judeus, sobre quem jogava a culpa pela derrota da Alemanha. Adolf Hitler assumiu o poder em 1933 prometendo se vingar, rasgar o Tratado de Versalhes e retomar o progresso da Alemanha, o que de fato ocorreu num tempo mais curto do que se esperava. A oratória vibrante, o pulso firme e a confiança que irradiava foram fatores importantes para conquistar o povo alemão e, tão logo fincou solidamente as suas bases dentro da nação alemã, resolveu abrir suas conquistas para além das fronteiras germânicas. Queria dominar boa parte do mundo, o que de fato ocorreu e, a 01 de setembro de 1939, que no próximo domingo estará completando 80 anos, invadia a Polônia, deflagrando a segunda guerra mundial, matando cerca de 60 milhões de pessoas, entre civis e militares.

O mundo ficaria ainda mais estarrecido com as atrocidades cometidas nos teatros de guerra e a sistemática perseguição, pelos nazistas de Hitler, aos judeus da Europa, naquilo que ficou conhecido como holocausto, com cerca de 6 milhões de judeus, homens, mulheres e crianças, sendo assassinados nos campos de concentração e de extermínio. A guerra iniciada a 01 de setembro de 1939 chegou ao fim no dia 8 de maio de 1945, na Europa, mas ainda continuou com os japoneses, aliados de Hitler no extremo oriente, atuando nas ilhas do pacífico; as forças nipônicas só começaram a recuar após as bombas atômicas lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, obrigando a rendição japonesa que ocorreu em setembro de 1945, acabando, definitivamente, com aquela maldita carnificina que jamais deveria ter ocorrido. O século XX viu, na sua primeira metade, a eclosão das duas maiores guerras mundiais já registradas pela história. Povos dizimados, cidades e vilas destruídas e um preço enorme para reerguer todo um patrimônio que é da humanidade e que foi dizimado pela estupidez humana.

Nessa data, 01 de setembro, que relembramos os 80 anos do início da segunda guerra mundial, é bom que os líderes mundiais façam uma grande reflexão e lutem cada vez mais e, com muita tenacidade, pela paz; e que os povos também rejeitem esses líderes carismáticos, que encantam as massas e que posam como cordeiros quando, na verdade, são verdadeiras hienas. Nada se iguala à paz.