Coluna de João Otávio Macedo – COMEÇO DIFÍCIL


"As tragédias fazem parte da vida e podem ocorrer na terra – as mais frequentes – no ar, quando dos acidentes envolvendo aviões e helicópteros e, também, no mar, com os navios de carga e os transatlânticos"


Geralmente todo inicio de governo é em ritmo de festas, a “lua-de-mel” da vitória nas urnas durante as últimas eleições ainda não acabou para, alguns dias, ou meses, após a posse, a dura realidade bater à porta e os problemas, inúmeros, começarem a aparecer, bem como as cobranças – que não são poucas – inclusive dos “aliados”; em muitas ocasiões, os aborrecimentos começam antes da posse, quando da formação do ministério, ou do secretariado; os que sonhavam com algum cargo no governo e não foram contemplados, prometem dar o “troco”, alguns se mandam para a oposição e as dificuldades aí estão.

No caso específico do presidente Jair Bolsonaro, as intempéries começaram na campanha quando, faltando pouco mais de um mês para as eleições, um assassino cravou-lhe uma faca no seu abdome e, só mesmo pela rapidez no atendimento, aliado à competência e dedicação do pessoal do hospital da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, o objetivo do bandido não foi alcançado. A posse do presidente foi envolta numa aura de algum temor, muito nervosismo e assumiu o governo utilizando uma bolsa de colostomia, com alguns cuidados e a preocupação com uma futura intervenção cirúrgica que acabou sendo efetuada no dia 28 de janeiro último, num dos melhores hospitais do país, por equipe médica altamente qualificada, mas que apresentou pequenos problemas no pós-operatório, como pode acontecer com qualquer procedimento invasivo, independente da perícia do cirurgião e das condições do nosocômio. O presidente está apresentando progressiva melhora e deverá deixar o hospital ainda nesta semana.

Mas, além das preocupações voltadas para o seu quadro clínico, teve o nosso presidente que dividir com a população brasileira as emoções e as preocupações com duas tragédias: a rotura da barragem de uma mineradora em Minas Gerais e os jovens e futuros atletas que, prematuramente, perderam suas vidas quando de um incêndio no alojamento do clube; a primeira tragédia ocorreu antes da cirurgia do presidente e, a segunda, quando ele se encontrava no período pós-operatório e enfrentando as complicações que, felizmente, estão sendo debeladas.

As tragédias fazem parte da vida e podem ocorrer na terra – as mais frequentes – no ar, quando dos acidentes envolvendo aviões  e helicópteros e, também, no mar, com os navios de carga e os transatlânticos.

Foi, portanto, um começo difícil para o presidente que soube galvanizar a maioria do eleitorado, ao prometer um duro combate à corrupção e mudar os arranjos políticos que tantos males têm causado ao nosso Brasil. Todos gostaríamos que as promessas feitas sejam efetivamente realizadas e não vejamos frustações semelhantes que ocorreram nos governos do Jânio Quadro, o “homem da vassoura” e com o Collor, o  “caçados de marajás”. Temos quatro anos para melhorar o nosso Brasil.

 

João Otavio Macedo.