Desembargadora de Coaraci marca Tribunal de Justiça com integração



Maria do Socorro Barreto Santiago (Foto: Arquivo)

A desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago despediu-se quarta-feira (31) da presidência do Tribunal de Justiça da Bahia, após dois anos de atuação. Ela deixou, entre outras marcas, a integração, a valorização das comarcas do interior e o investimento na tecnologia como aliada da celeridade no andamento dos processos. Natural do município de Coaraci, no sul da Bahia, vinda do teatro e com uma sensibilidade evidente, conquistou aprovação entre os servidores e a população em geral. O sucessor, desembargador Gesivaldo Britto, tem um caminho de avanços para manter e ampliar. Como sugerem as palavras da própria Maria do Socorro, o novo presidente do TJ-Ba já chega com carta de recomendação bastante positiva: “Sei que ele é muito sensível. Ele é atuante, corajoso e se volta para essa questão social; vai servir muito ao cidadão”. A seguir, a entrevista concedida por ela ao Diário Bahia, na inauguração do segundo módulo do fórum de Itabuna.

 Para além da estrutura do novo fórum de Itabuna, qual a principal estratégia do Tribunal para dar celeridade aos processos?

O que nós fizemos para tentar melhorar – e graças a Deus, estamos conseguindo; inclusive, recebemos o Selo Ouro no Conselho Nacional de Justiça, em Brasília, pela dedicação ao Primeiro Grau – é justamente essa aparelhagem que estamos fazendo. A informatização chegando, estamos na modernidade. Com isso, estamos dando curso de capacitação aos servidores e aos magistrados; abrindo novas perspectivas de como se julgar; fazendo o CEJUSC (Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania). Estamos realizando obras para dar conforto e solução de forma mais célebre aos jurisdicionados, que estão tão ansiosos para ver resolvidos seus problemas. Isso que estamos fazendo aqui.

 Especificamente para o Primeiro Grau, o que a senhora destaca?

Criei uma Secretaria de Primeiro Grau, justamente para se direcionar ao interior, para que dê toda a atenção possível ao cidadão.

 A senhora declamou há pouco [na inauguração do módulo 2, dia 29 de janeiro] o poema “Deram um fuzil ao menino”. Vivemos em Itabuna exatamente isso hoje: um grande número de meninos pegando em armas, se envolvendo com o uso e o tráfico de drogas. De que maneira o Tribunal de Justiça está tratando dessa situação?

O que estamos fazendo é capacitando magistrados e tentando viabilizar a melhoria dos nossos serviços. Na realidade, toda essa violência nasce na família. O que temos que fazer é dar educação, dar segurança, dar Justiça e amparo às pessoas. Fazemos sempre, mensalmente, um programa que se chama Pacto pela Vida. É a atuação de três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário –; foi uma ideia que o governador teve, junto comigo e com o presidente da Assembleia [Legislativa, Ângelo Coronel], para que nós sentemos com as instituições, para ver as melhores maneiras de tentar salvaguardar a população. No Pacto pela Vida a gente vê a questão da violência contra a mulher; a questão da Infância e Juventude; a questão das drogas. Temos que ver que medidas tomar no Judiciário, para evitar essas situações. Mas tem que começar por uma conscientização nos lares. Temos que fazer um trabalho de conscientização da população, porque a Justiça está assoberbada. A Justiça tem responsabilidade, mas as famílias e a sociedade têm também. Vamos nos mobilizar juntos!