O ônibus da Fundação Hemoba, que está cadastrando doadores de medula óssea, ficará até este sábado (13) na Praça J. J. Seabra, no centro de Ilhéus. O serviço é colocado à disposição da população regional quatro anos após a primeira mobilização de grande porte para esta captação feita pela entidade. O Hemóvel (nome bastante peculiar dado ao veículo) e a estrutura de coleta itinerante instalados na Prefeitura de Ilhéus, atende a comunidade das 8 às 17 horas.
Segundo Regiana Quinto, médica hematologista responsável pelo Banco de Sangue de Itabuna, realizar cadastros de forma consciente representa a esperança para mais de 800 pacientes à espera de um doador compatível com o transplante de medula óssea. “Na campanha de 2015, foram realizados mais de 3600 cadastros. A grande preocupação era fazer esse trabalho de maneira organizada, segura e responsável. Diante do comprometimento de todos os envolvidos, o resultado foi uma onda de solidariedade e amor. Deste movimento, foram encontradas duas pessoas compatíveis e que tiveram a chance de salvar uma vida”, relata a médica.
Para salvar vidas
Após realizar o cadastro de doadora, empresária Sylvanna Reis encontrou um paciente compatível para doação em 2017. Ao contrário do que muitos imaginam, ela comenta que o procedimento é leve, pouco invasivo e pouco dolorido, além de ter todo suporte necessário de equipe multidisciplinar.
Encantada pela possibilidade de salvar vidas, ela afirma: “Não deixem de participar e levar esperança para quem precisa, podemos salvar a vida de uma pessoa que está nesse processo tão difícil da luta pela sobrevivência. E podem ter certeza que com este momento recebemos muito mais do que doamos”.
A campanha conta com apoio e participação do Banco de Sangue da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus e Itabuna, Núcleo de Hemoterapia de Ilhéus, Hospital Regional Costa do Cacau, Prefeitura, Secretaria Municipal de Saúde, Maçonaria, Lions, Rotary Club e sociedade civil organizada.
Informações complementares
Popularmente conhecida como “tutano”, a medula óssea é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos. Na medula são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos) que transportam o oxigênio para as células de todo o organismo, os leucócitos (glóbulos brancos) que fazem a defesa das infecções e as plaquetas, que são responsáveis pela coagulação do sangue.
Para algumas pessoas com doenças que afetam as células do sangue, como a anemia aplástica e tipos de leucemias, linfomas e mielomas, a indicação de transplante é avaliada pela equipe médica, como forma de tratamento.
No procedimento, é realizada a substituição da medula óssea doente por células normais de medula óssea com o objetivo de reconstituição de uma nova medula. Para muitos casos, o transplante é uma última centelha de esperança para continuar a luta pela sobrevivência.
Após a realização do cadastro como doador, os dados dos voluntários serão inseridos no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Na Bahia, esse cadastro é feito na Fundação Hemoba.
Atenção aos dados
Com a inserção das informações em um sistema nacional, a busca por possíveis compatibilidades é constante. Encontrando uma probabilidade, novos testes são feitos e o voluntário cadastrado é convidado para fazer a doação.
Infelizmente, as chances de encontrar um doador compatível são pequenas. Entre irmãos é de apenas 25%, sendo que entre indivíduos que não possuem parentesco, a possibilidade é de 1 para 100 mil.
Como encontrar a compatibilidade é uma chance remota, tão importante quanto o cadastro é ficar atento com os dados informados, atualizando o endereço e telefone sempre que houver mudança no site do REDOME (www.redome.inca.gov.br).
