Emasa “estica” intervalo de abastecimento e pede para população se preparar



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O racionamento prolongará o intervalo de abastecimento em toda a cidade

O itabunense já estava se acostumando com água doce e caindo regularmente nas torneiras. As chuvas que caíram nos últimos meses trouxeram esperança de dias melhores. O consumo humano da água da Emasa tinha sido liberado, inclusive, pelo Laboratório Central, em Salvador, mas em menos de dois meses, o sol chegou causticante, prometendo um verão bem intenso. E uma das consequências da estiagem foi a redução imediata do nível de água nas mananciais de captação, responsáveis pelo abastecimento em Itabuna.

Por conta disso, o município enfrenta o primeiro racionamento logo no início do ano. O anúncio foi feito esta semana, pelo presidente da Emasa, Jader Guedes. Segundo ele, o intervalo no abastecimento será de oito dias, em alguns lugares, e de 15 nos bairros, onde o fornecimento de água ocorria a cada oito dias.

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João Bittencourt, diretor técnico da Emasa, diz que é preciso a população colaborar para evitar a falta de água

O Diário Bahia conversou, por telefone, com o diretor técnico da Emasa, João Bittencourt. Ele informou que a previsão é de que chova na região no final de janeiro, mas é difícil saber se a quantidade será suficiente para abastecer os mananciais. Há duas semanas, aproximadamente, que a empresa acionou a Estação de Captação de Castelo Novo, em Ilhéus.

Perguntamos sobre a possibilidade de a população voltar a receber a água salgada. Bittencourt foi cauteloso. Limitou-se a dizer que ainda é prematuro falar sobre esse assunto. No entanto, deixou claro que a população precisa se preparar para tudo e isso inclui até essa possibilidade. “Estamos monitorando os mananciais e caso haja algum indício de água salgada, a população vai ser avisada com antecedência. Queremos pedir que as pessoas economizem água, nos avisem sobre algum desperdício e contribuam como cidadão para o uso racional da água”, ponderou.

Abastecimento irregular

Questionamos ao diretor técnico também sobre o abastecimento irregular em alguns bairros da cidade, como é o caso do Jorge Amado, que, mesmo após a normalização do serviço, continuou enfrentando a escassez de água. Em algumas ruas, o abastecimento chegava a acontecer a cada 30 dias.

De acordo com Bittencourt, o que ocorreu foi um problema na rede de distribuição. Ele assegurou que o bairro seria abastecido na quinta-feira (19). “Vamos fazer um bombeamento na zona oeste da cidade, que deve durar de dois a três dias”, informou. A Emasa divulgou, inclusive, uma escala de abastecimento para que a população fique atenta.

Investimentos

Em seu alerta sobre o racionamento, o presidente da Emasa, Jader Guedes, relatou que alguns investimentos foram feitos para melhorar o abastecimento no município, sobretudo em época de estiagem. Entre os avanços, ele apontou a recuperação de bombas para ampliar a capacidade de captação na Estação de Castelo Novo, que aumentará de 350 para 500 litros de água por segundo.

Outro investimento foi a contratação de análises semestrais, por meio do Laboratório Central. Guedes ainda garantiu que, caso seja necessário, os tanques, instalados no ano passado em diversos bairros da cidade, voltarão a ser abastecidos com caminhões-pipas. Diante da realidade do racionamento, a população já se mostra preocupada com o futuro. “Imagino voltar aquele sofrimento de entrar na fila para pegar um balde de água. De tirar de onde não se tem para comprar água mineral. Só Deus pra nos ajudar”, queixou-se a diarista Tereza Aguiar, que mora no bairro Sinval Palmeira.

Confira abaixo a tabela de abastecimento, divulgada pela Emasa, em site oficial. A empresa observa, entretanto, que os bairros localizados na zona oeste – Brasil Novo, Campo Formoso, Maria Matos (Rua de Palha), Urbis IV, Sinval Palmeira, Fernando Gomes, Ferradas e Nova Ferradas – não foram incluídos nessa lista. Estas localidades são abastecidas pela estação de Nova Ferradas.