Fantasma real da violência mira 500 mulheres por hora no Brasil


Em Itabuna, já em janeiro de 2019 foram registrados 200 casos


Agressor é conhecido por 76% das vítimas

O ex-marido agressor itabunense Tiago Rocha de Carvalho, denunciado à “Ronda Maria da Penha” por descumprir medida protetiva e seguir a ex-companheira, continua uma lamentável rota do ano anterior. Segundo levantamento do Instituto Datafolha, encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados aproximadamente 500 casos de mulheres vítimas da violência, a cada hora de 2018.

Deste total, foram 16 milhões os alvos de algum tipo de agressão, dos quais cinco milhões as atingidas fisicamente. O estudo mostra que 42% aconteceram em casa; 29% na rua; 8% no trabalho; outros 8% na internet e 3% ao se divertir em um bar. Ainda de acordo com a pesquisa, 76% das vítimas conheciam o agressor, incluindo ex-marido, ex-namorado e até vizinho.

E o pior: mais de metade dessas mulheres nada fez, abrindo até mão da tentativa de punir o autor da violência. Apenas 8% dos municípios brasileiros têm DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Vítimas acompanhadas

Voltando ao cenário de Itabuna, a referida delegacia computou 200 casos de violência em janeiro. Número, aliás, superior aos 123 registros no mesmo período de 2018. Um instrumento que contribui para a vigilância e até a tentativa de evitar feminicídios é a já citada Ronda Maria da Penha.

Implantado há dois anos pela Polícia Militar em 2017, o serviço já computa em Itabuna 275 medidas protetivas a serem cumpridas e, no momento, atende a 137 mulheres vítimas de agressão.