O prefeito eleito de Itabuna, Fernando Gomes (DEM), em entrevista ao programa “Bom Dia Bahia”, da Rádio Nacional, no último sábado (17), se disse contrário ao projeto de transferência da Emasa para o governo estadual. O assunto está em análise na Câmara e prestes a ir a votação em plenário. Para o futuro gestor, uma Parceria Público-Privada (PPP) é o caminho a ser discutido.
“Eu acho que tem que sentar na mesa e talvez fazer uma PPP. Não só para a Emasa, como para o saneamento de Itabuna, pra tirar o esgoto do rio Cachoeira. Isso é um projeto longo, um projeto pra se discutir, não é pra se fazer ‘em cima da pedra’. Tem que botar na mesa a sociedade de Itabuna, os técnicos, chamar o Ministério Público pra acompanhar, pra não ter marmelada, cheque por fora, tem que fazer uma coisa séria”, argumentou.
Água no futuro
Fernando frisou, também, a necessidade de se discutir a questão hídrica pensando em longo prazo. “Daqui a 20 anos, vamos ter que trazer água do rio de Contas, de Taboquinhas pra Itabuna. Essa água dá pra 20, 25 anos. Depois vai ter que fazer outra barragem no rio de Contas, pra ficar definitiva a água pra Itabuna, Ilhéus e região. Hoje todo mundo está sem água; teve essa seca agora e poderá ter outra como essa”, alertou.
Sobre a proposta de transferir a Emasa para o Estado, o prefeito eleito chamou a atenção para os estimados R$ 100 milhões em débitos que a concessionária municipal tem, bem como para a situação dos 150 funcionários que não seriam incorporados. “Onde vai ter o dinheiro pra pagar os R$ 100 milhões que deve, se não tem renda? A prefeitura não tem no orçamento e não pode pedir, porque não tem pra pagar. Eu disse aos vereadores: se quiserem votar, vocês votam. Agora, tira do dinheiro da Câmara, R$ 1,1 milhão por mês, e vou pagar as prestações”, completou.
A entrevista com Fernando Gomes foi conduzida pelos jornalistas Ederivaldo Benedito, apresentador do “Bom Dia Bahia”, Joel Filho, da Rádio Nacional, e Celina Santos, Chefe de Redação do Diário Bahia. Também participaram o advogado Alah Góes e o servidor público José Raimundo, do Movimento Empresarial Sul da Bahia em Ação. Ouvintes também puderam fazer perguntas sobre temas diversos.
