Lavagem do Beco do Fuxico já dá a Itabuna o gosto de Carnaval



O povo decreta no Beco do Fuxico: Já é Carnaval!
A entrega da chave da cidade ao Rei Momo simboliza o início da festa

Água jorrando, baianas lavando o Beco do Fuxico, blocos tradicionais resgatando marchinhas eternamente gravadas na memória. Assim Itabuna iniciou ontem (18) mais uma temporada de Carnaval antecipado. A chave da cidade foi entregue pelo prefeito Fernando Gomes ao Rei Momo (Eduardo Brito). Daí em diante, está sacramentado: é só folia!

A festa, promovida pela prefeitura, por meio da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc), tem o governo estadual (através da Bahiatursa) como principal patrocinador. De hoje a domingo (21), as atrações se apresentam nas avenidas Mário Padre e Aziz Maron.

Um dos momentos mais emocionantes de ontem foi a passagem do bloco Casados I…Responsáveis, com 49 anos de história. A agremiação, com uma bateria inconfundível, homenageou no beco um dos fundadores, o saudoso jornalista Eduardo Anunciação. Havia painéis luminosos com a foto dele espalhados por toda a rua.

Não há lavagem sem as baianas
Essa tradição é nossa e ninguém tasca!

A mesma pegada, com trio relembrando grandes – e contagiantes – sucessos do Carnaval da Bahia, trouxe o bloco Dez Casados. Eles até exibiram cartazes com a imagem do prefeito, brincando com um slogan da campanha: “Foram me chamar? Eu estou aqui, o quê que há”.

Também arrastaram a multidão os blocos Hora Extra e Mendigos de gravata, levando comerciários, bancários, sindicalistas e políticos ao som do Rixô Elétrico, vindo diretamente de Salvador. No cortejo, o bloco Confraria da Orla do Berilo, sempre resgatando clássicos do axé. Tinha até pessoas mascaradas, imagem bem típica da folia de Momo.

O bloco afro Encantarte, sempre presente no Carnaval de Itabuna

Outro momento marcante foi a passagem do bloco Encantarte, puxado pela banda Negras Perfumadas. Num show de percussão, essa turma traz a mensagem de elevação da autoestima, combate ao racismo e “empoderamento feminino”. Em cima do trio, arrasando na percussão, o fundador do grupo e principal entusiasta das meninas, Egnaldo França.

Todos os blocos saíam da Praça Laura Conceição e seguiam pela avenida Duque de Caxias em direção ao beco. No caminho, uma multidão de pessoas alegres, de várias idades e classes sociais, como é a cara de qualquer Carnaval. Uma frase ouvida naquela avenida traduz algo, certamente, compartilhado por todos os foliões: “Itabuna tava precisando disso!”.