Pai e filho levam judô de Itabuna mundo afora


Dupla destacou-se no Campeonato Pan-Americano de Kata, no Peru


Rone e Victor colhem os resultados de intensos treinamentos

Que o nome do professor Rone Montenegro, de Itabuna, é sucesso nas artes marciais há muitos anos não é exatamente uma novidade. Mas vamos contar que, além de juntar troféus e medalhas, tem um novo parceiro. O filho, Victor Henrique de Araújo, não é um fruto apenas no quesito biológico. Eles compartilham, também, os tatames da vida e já têm resultados expressivos para mostrar.

Recentemente, a dupla logrou o inédito segundo lugar no Campeonato Pan-Americano de Kata, em Lima-Peru, representando a CBJ (Confederação Brasileira de Judô). Promovida pela Federação Internacional de Judô, a disputa reuniu a nata desse desporto e suas variáveis em toda a América Latina. Os itabunenses, vale lembrar, foram os únicos representantes do Norte/Nordeste na competição.

“A seleção brasileira de Kata é composta por paulistas. Eu sou o único baiano que vem conquistando esse espaço dentro da seleção. Foi um título muito bom pra a gente. Essa modalidade a Bahia nunca teve tradição. Hoje a Bahia tem uma dupla que é destaque; é a materialização do nosso trabalho, nosso treinamento, nossa dedicação”, afirma Rone, que se encantou pelas artes marciais aos 11 anos de idade e hoje é faixa preta 5º Dan de Judô – o filho está no 1º Dan.

Caminho e resultados

Ainda no bojo de grandes vitórias, Montenegro lembra que alcançou o 9º lugar numa competição da modalidade na Itália, no ano de 2017. Depois, logrou o 5º lugar no Pan-Americano de 2018, na Costa Rica. Já no México, na cidade de Cancun, em outubro de 2018, ficou entre os cinco melhores do mundo. “Trata-se de algo muito novo, que a gente está abrindo o espaço. No futuro, tende a vir novas pessoas ocupar esses lugares”, diz, vislumbrando um novo cenário para os demais atletas.

Rone Montenegro comentou, por fim, sobre o caminho e resultados decorrentes desta conquista para ele e para Victor Henrique. “Pra nós não tem sido fácil. Tivemos que lutar muito para aprender movimentos altamente técnicos. Geralmente, esse conhecimento fica em centros maiores, como São Paulo. Precisou a gente fazer viagens, fazer cursos, estar nesse meio. Essas competições em mundial nos fizeram evoluir muito. Treinamos com seleções de alto nível, do Japão, da França… Isso deu pra a gente muita bagagem e eles foram muito gentis em nos ajudar”, afirma, orgulhoso.