“Patrulha do Som” é alvo de críticas entre músicos e donos de bar em Itabuna


Acusam da apreensão de equipamentos, sem medir decibéis do som


A primeira reunião da semana aconteceu no Grapiúna Tênis Clube (Fotos: Arquivo Pessoal)

Após uma incursão considerada, digamos, brusca da “Patrulha do Som” no Rubens Bar, bairro São Caetano, num domingo (7), veio à tona uma indignação compartilha por músicos e proprietários de outros bares. A situação, discutida em reuniões esta semana, deverá ser levada ao promotor Inocêncio de Carvalho e ao juiz Ulisses Maynard Salgado, da Vara da Fazenda Pública.

Em nome da Lei do Silêncio, muitos agentes públicos  estariam chegando diretamente para apreender equipamentos, sem sequer medir os decibéis captados. E, com isso, impondo constrangimentos a quem esteja nos locais.

Por ora, o tema foi levado pelo presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Itabuna, Carlos Leahy, ao secretário de Sustentabilidade Econômica e Meio Ambiente, Jorge Vasconcelos. Ele transmitiu o questionamento dos artistas e empresários sobre a forma como equipes têm chegado aos estabelecimentos.

Músicos e empresários reunidos, em busca de uma solução que lhes permita trabalhar

Só com denúncia

Leahy também se comprometeu a manter contato com os representantes da Justiça e do Ministério Público na próxima semana, ao tempo em que pediu aos músicos e donos de bares que – desde já – procurem adaptar-se às determinações legais.

Passadas todas as reuniões desta semana, por ora, está estabelecido que o som nos referidos estabelecimentos, de segunda a quinta-feira, será permitido até 22 horas. Já sexta e sábado, o limite máximo é meia-noite. Aos domingos, até 23 horas.

Quando a “Patrulha do Som” receber denúncias de eventual descumprimento do limite, porém, continua autorizada a autuar tanto os artistas como donos de bares e/ou restaurantes.

Fonte de sustento

Na primeira reunião da semana, quarta-feira (10), no Grapiúna Tênis Clube, quando puderam falar abertamente sobre o assunto, ficou claro o quanto cercear o trabalho na noite está afetando todos eles. Há músicos, inclusive, que disseram fazer questão de ir apresentar-se nas cidades vizinhas, temendo a apreensão do instrumento de trabalho. “Já pensou se apreendem meu violão?”, indagou um cantor ao Diário Bahia, na véspera do citado encontro.

Também na quarta-feira, os profissionais deixaram claro que os autônomos também pagam impostos e, com isso, contribuem com as finanças do município. Ademais, os bares geram empregos (formais ou não), na medida em que contam com a atuação de garçons, cozinheiros, contadores, entre os trabalhadores diretamente envolvidos.

Em tempo: até que o impasse seja resolvido, muitos locais cancelaram apresentações. “Tem muito músico sem tocar agora; muitos estão com medo”, lamenta um artista, em contato feito há pouco. A exemplo de muitos colegas, ele tira do canto na noite a principal fonte de renda.