Pré-candidato, Alfredo Melo pretende despoluir Rio Cachoeira com recursos da Emasa


Ele apresenta o que considera “solução alternativa” à concessão da Empresa Municipal


Alfredo Melo é funcionário concursado da Emasa e já foi presidente da concessionária de água

O engenheiro civil Alfredo Melo (PV) é um dos nomes que recentemente se colocaram como pré-candidato a prefeito de Itabuna. Funcionário concursado da Emasa, mostrou-se mais à vontade para pôr a pré-campanha “na rua” depois que o Ministério Público arquivou a denúncia do TCM (Tribunal de Contas dos Municípios) sobre a gestão dele à frente da concessionária municipal de água. “O Tribunal reclamava de assuntos de 2005 e eu só passei a ser presidente em 2009”, ressalva, sobre o cargo que exerceu até 2011.

Pela proximidade com a causa ambiental, já sinaliza um mote para uma futura campanha. “Nós pensamos no Rio Cachoeira; se eventualmente a gente fizer uma coligação, será pelo Cachoeira. Podemos ter emprego, renda e lazer com ele. Quem votar no PV estará votando pela despoluição do Rio Cachoeira. Pela experiência que nós adquirimos nesses 35 anos de carreira e nesses dez anos de Emasa, eu garanto a você que no primeiro ano a gente volta a pescar no rio e no terceiro a gente volta a nadar. Não passa de três anos pra a gente passar a usar o balneário Cachoeira”, promete.

Questionado sobre como seria feita tal despoluição e sobre a proposta de concessão da Emasa, em andamento, Melo disse qual seria a receita para colocar em prática uma ação em prol da limpeza do rio. “Com a atual tarifa, nós podemos fazer isso muito rápido sem onerar a população. Porque qualquer que seja o investimento externo, vai cobrar da população. São mais de 120 pontos municipais que recebem água; essa conta toda dá 200 mil reais. No final de um ano, dá dois milhões e quatrocentos mil. No final de uma década, são 24 milhões…”, calcula, referindo-se às isenções.

Caminho alternativo

Alfredo Melo é bastante incisivo em se dizer contrário à concessão da Emasa, questionando até a idoneidade da empresa FGV projetos, responsável pelo estudo que respalda a mudança na gestão da empresa. Além disso, aponta dúvidas sobre o valor da tarifa caso a concessionária deixe de ser municipal.

“Como vai mudar a tabela atual da Emasa, que é mais barata que a da Embasa uns dois anos atrás, aumentando, em média, 25 por cento das contas? Ou seja, é igual pedágio: você faz o posto de cobrança, pra depois fazer a estrada. O cara não investe e começa a cobrar; o comércio e, principalmente, a classe média serão chamados pra pagar a conta”, constata.

Para ele, é possível encontrar o que chama de “solução alternativa” no lugar da concessão. “A venda de 49 por cento das ações da Emasa em Bolsas de Valores, pra não perder o controle sobre a empresa. O que é uma empresa de água? Um monopólio natural. Você prioriza 10 por cento das ações [para] dar ao funcionário público, que existem recomendações nessa área… E completou, com uma alfinetada: “É preciso terminar esse estudo, que não se faz ‘de hoje pra amanhã’; seria um estudo de, no mínimo, um ano e a Fundação Getúlio Vargas sequer pensou nisso”.