Servidora municipal pede exoneração após ameaças e é vítima de campanha difamatória



Direito de resposta

A edição da sexta-feira, dia 22 de fevereiro de 2019, do jornal Diário Bahia, me causou mais do que surpresa: total estranheza. Tanto no site como em sua versão impressa, o veículo apresentou um texto incoerente e com argumentos frágeis. Em nenhum momento fui procurada para dar minha versão dos fatos, demonstrando que o objetivo da matéria era inflamar os desgastes causados pela demissão dos servidores não-estáveis da Prefeitura de Ilhéus. O principal questionamento acerca da publicação é: qual sua intenção?

O jornal destaca que eu, Karoline Vital Góes, não pertenço mais ao quadro de servidores da Prefeitura de Ilhéus, na qual exercia o cargo de assistente administrativo. Todavia, alega que continuo na folha de pagamento e ainda não fui exonerada. Sim, eu solicitei minha exoneração no dia 14 de janeiro deste ano, após sofrer uma sequência de ameaças e registrar um boletim de ocorrência. A Secretaria de Administração estava ciente dessas atitudes criminosas. Pessoas iam ao setor para me “mandar tomar cuidado” ou até mesmo dizer que eu “teria que pagar” pelas demissões. O ponto crítico foi quando precisei ser retirada pelo então assessor da Secretaria por temer pela minha integridade física.

E por que sou levantada como responsável pela sentença proferida pelo juiz e executada pela prefeitura de Ilhéus? Meu nome consta na Ação Popular, cujo objetivo principal foi denunciar a violação dos princípios administrativos, uma vez que o governo municipal não nomeava os aprovados no concurso de 2016 por alegar excesso de gastos com pessoal. As explicações foram dadas em audiências junto ao Ministério Público da Bahia e Ministério Público do Trabalho. Por morar na cidade e estar com tempo livre por estar desempregada, disponibilizei o meu nome, junto com outros dois candidatos, para representar os interesses de centenas de aprovados.

Mais de um ano após impetrada a Ação Popular, o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública analisou o processo, proferindo a sentença que considerou razoável sob sua ótica de magistrado. Por ser em primeira instância, a decisão cabe recurso e aqueles que se sentiram lesados estão buscando os meios legais para revertê-la. Todavia, um grupo optou por eleger a mim como algoz. Inclusive, replicando a matéria difamatória em página de entidade sindical e encaminhando-a em grupos de WhatsApp. Por que me elegem como espantalho para desviar a atenção dos pássaros? Afinal, não tenho qualquer poder deliberativo, vínculo político ou intenções eleitoreiras.

Além de ser graduada em Comunicação Social, também sou atriz. Fui selecionada pela Cooperbom Turismo para representar o Brasil no Aesop Project, financiado pela União Europeia e com primeira etapa executada na Grécia. Com gregos, espanhóis e vietnamitas, integrei a equipe brasileira que participou de capacitação sobre técnicas de contação de história. Os custos da viagem, hospedagem e alimentação foram arcados pela instituição estrangeira. Em breve, o que foi aprendido será replicado entre jovens da região.

A fim de apurar por que meu salário de janeiro foi creditado integralmente, o jornal deveria consultar a Prefeitura de Ilhéus. Procurei os representantes da Secretaria de Administração para efetuar a devolução dos valores e estou aguardando orientações para efetuá-la. A publicação da exoneração ocorreu no dia 06 de março de 2019, no Diário Oficial do Município, e menciona expressamente que foi feita a pedido, em decorrência das ameaças. Aguardo ainda maior razoabilidade e responsabilidade no tratamento dos fatos, bem como ética e profissionalismo.

Obs.: Direito de Resposta republicado (originalmente, constou da edição impressa do Diário Bahia, cuja versão é divulgada na íntegra através do site (www.diariobahia.com.br). Nesta segunda vez, está na versão impressa e no referido endereço eletrônico, em linguagem HTML).