SUCESSÃO MUNICIPAL EM ITABUNA: PSD, CASTRO E A FRENTE


No entender de Marco Wense, Augusto Castro é o patinho feio da Frente


A chamada “Frente Para Salvar Itabuna”, coordenada pelo ex-prefeito Geraldo Simões (PT), se reuniu ontem, sexta (20), para uma confraternização natalina. A sucessão municipal foi o principal assunto do encontro.

Representantes do PSB, PCdoB, PSD e PT marcaram presença. São as quatro legendas que integram o bloco, que tem como objetivo formar uma chapa para a eleição de 2020.

Dos quatro partidos, o PSD do senador Otto Alencar, presidente estadual da sigla, é o primeiro que deve se atritar com a frente. É só uma questão de tempo. O prefeiturável da sigla, o ex-deputado estadual Augusto Castro, é como uma espécie de “patinho feio” nesse agrupamento partidário.

Ora, a chance de Castro ser o escolhido é zero. Petistas, comunistas e uma parte dos socialistas jamais aceitariam o ex-tucano como o nome do grupo para disputar o comando do cobiçado centro administrativo Firmino Alves.

Nessa frente, o menos esperto dá beliscão em azulejo. Duvido, por exemplo, se o PT e PCdoB vão aceitar o critério de melhor colocado nas pesquisas de intenções de voto como definidor de quem será o cabeça da majoritária. Lógico que não. A diferença de Castro, o terceiro nas enquetes, para Geraldo, o quinto, é considerável.

Outro fato que chama atenção é o constrangimento em relação ao governo Fernando Gomes, já que o alcaide é neoaliado do governador Rui Costa, quem vai decidir se o candidato da frente é fulano, beltrano ou sicrano. A sorte do PT, PSD, PSB e do próprio PT é a alta rejeição do prefeito Fernando Gomes. Do contrário, seria o candidato do morador mais ilustre do Palácio de Ondina.

Volto a repetir, pela terceira vez, que a candidatura de Geraldo Simões é irreversível, mesmo que seja para perder. É uma exigência do comando nacional do PT, do ex-presidente Lula, que pretende morar em Salvador, ficando mais perto do “compadre”.

Outro ponto que pode provocar a saída do PSD é o pleito de 2022, já que o senador Otto Alencar não pretende abrir mão da sua candidatura ao governo para Jaques Wagner, colega de Parlamento. Não é interessante para o otismo ajudar um candidato que pode ser adversário amanhã, mais especificamente na sucessão de Rui Costa, como o petista Geraldo Simões.

O PSD, presidido municipalmente por Alcântara Pellegrini, vai permanecer na frente até um determinado tempo, o suficiente para perceber que toda articulação é para viabilizar a pré-candidatura de Geraldo Simões. O mesmo pode acontecer com o PSB de Renato Costa. No frigir dos ovos, somente o PT e o histórico aliado PCdoB ficarão de mãos dadas, com a legenda comunista indicando o vice de Geraldo.

O capitão Azevedo, prefeiturável do PL, começa a emitir os primeiros sinais de que quer participar dessa frente de “salvação” de Itabuna. Correligionários mais próximos do militar, também um ex-alcaide, acham que o governador pode vim a apoiá-lo. São da opinião de que Azevedo é o único que pode derrotar o médico Antônio Mangabeira, pré-candidato do PDT, hoje na dianteira nas pesquisas de intenções de voto e com uma baixíssima rejeição.

Os partidos que não querem se associar ao projeto do PT geraldista, que é formalizar uma coligação PT-PSB-PCdoB-PSD, obviamente com Simões na cabeça da chapa, oxigenando assim o lulismo no sul da Bahia, tendem a se aliançar com o PDT, que já conta com Podemos e o PSC. A previsão é de que oito legendas venham apoiar o pedetista.

Portanto, esse é o cenário de hoje, o retrato do momento. Amanhã, pode ser uma outra análise, muito diferente ou parecida. O mundo político, além de movediço e traiçoeiro, é cinético, cheio de surpresas e sobressaltos.