“Teatro do Oprimido” estimula criatividade e transformação em Itajuípe


Oficina foi realizada pela Sociedade Aliança dos Artistas e Operários de Pirangi


Mãos dadas em nome da transformação social (Fotos: Erê Silva)

 Ainda repercutem em Itajuípe os frutos da I Oficina do Teatro do Oprimido, realizada pela Sociedade Aliança dos Artistas e Operários de Pirangi. O evento teve a participação do ator e diretor teatral Gil Novaes, que mora em Salvador e tem formação pela UFBA (Universidade Federal da Bahia).

De acordo com Gil, a técnica do  teatro do oprimido foi criada por Augusto Boal e tem como principal objetivo a democratização dos meios de produção teatral. Em nome da transformação pessoal, política e social de cada um que se considere “oprimido”, a ideia é tornar tais meios acessíveis às camadas sociais menos favorecidas, com pesquisa e criatividade. Entre o público-alvo da mensagem, estiveram operários, camponeses, mulheres, negros e homossexuais.

Segundo o secretário da Aliança, Erenilson Santos da Silva (Erê),  o evento superou todas as expectativas dentro do que foi planejado. “A partir de agora, a Aliança estará na vanguarda do desenvolvimento cultural do município. Ao menos, 35 pessoas, envolvendo os municípios de Itajuípe, Coaraci, Itabuna e Ilhéus, participaram da primeira edição”, computa – e comemora – ele.

Agentes multiplicadores

Após participar do evento, as professoras Keu Apoema e Evani Tavares Lima, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), manifestaram o quanto consideraram gratificante. Segundo elas,  foi “um aprendizado para a vida toda”. A moçambicana Marta Pedro, mestranda em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), também rendeu elogios e disse acreditar na transformação social a partir das técnicas expostas sobre o teatro do oprimido.

Para o aliancista José Carlos Ngão, o momento é de acreditar na cultura e mobilizar a população para que outras atividades artístico-culturais do mesmo nível sejam realizadas nos municípios.

Para Gil Novaes, a oficina foi “excelente pelo envolvimento de todos dos participantes desde os exercícios às montagens das cenas teatrais”.

A pedido da organização, os participantes levaram um quilo de alimento não perecível. O material arrecadado será doado à Ordem Franciscana Secular (OFS) de Itajuípe. A I Oficina do Teatro do Oprimido teve o apoio cultural da Pousada Itajuípe e Restaurante da Eremita.

Instituição de direito privado, sem fins lucrativos, a Aliança foi fundada em 14 de setembro de 1930 e tem por finalidade promover o desenvolvimento da comunidade.