RUI, GERALDO E A BASE ALIADA


Incerteza dos geraldistas decorre das respostas de Rui sobre o assunto


A expectativa em torno do governador Rui Costa, se o chefe do Palácio de Ondina vai ou não participar da campanha de Geraldo Simões na sucessão de Itabuna, é grande. Vale lembrar que o ex-alcaide foi um dos fundadores do PT no município.

A maior autoridade do Executivo, um dos presidenciáveis do Partido dos Trabalhadores, com suas recentes declarações, deixou na dúvida sua presença no processo sucessório. A única certeza é que o governador vai entrar de corpo e alma no pleito para a prefeitura de Salvador, fazendo de tudo para que a major Denice Santiago não tenha uma decepcionante votação.

E por falar na postulante do PT na sucessão soteropolitana, uma eventual vitória de Denice, o que é considerado como bastante improvável, fortalece a pré-candidatura de Rui Costa à presidência da República. O petista-mor da Bahia fica como reserva de luxo do ex-presidente Lula, que ainda não sabe se terá sua elegibilidade reconquistada a tempo de entrar na disputa em 2022.

A incerteza dos geraldistas decorre das respostas de Rui quando questionado sobre o assunto. Em um momento diz que é filiado a uma legenda e só pode aparecer em rádio e televisão na coligação deste partido, obviamente se referindo ao PT. Depois diz que não quer “criar atrito com as bases”.

Ora, se não quer ter problemas com a base aliada, então não pretende participar da campanha de Geraldo Simões, já que existem outros candidatos dessa base de sustentação política, como Augusto Castro, do PSD do senador Otto Alencar, e o atual prefeito Fernando Gomes, que vai tentar o segundo mandato consecutivo.

Quem pode convencer o governador a ser mais atencioso com Simões é o senador Jaques Wagner, que sempre teve um bom relacionamento político com o ex-gestor do cobiçado centro administrativo Firmino Alves. Wagner é a “tábua de salvação”, é quem pode tirar um depoimento de apoio do governador à candidatura de Geraldo.

Com a proximidade do pleito, do dia 15 de novembro, as pressões para que o governador Rui Costa fique longe da sucessão de Itabuna tendem a crescer.

A participação mais incisiva do morador mais ilustre do Palácio de Ondina na campanha de Simões, só aconteceria se suas chances de retornar à prefeitura fossem bastante animadoras.

Que o ex-presidente Lula vai aparecer na telinha pedindo voto para seu “compadre”, não tenho a menor dúvida. A agonia do dia a dia fica por conta de Rui Costa.