A pesquisa do Ibope, realizada nos três primeiros dias de setembro, em 142 municípios, com 2002 entrevistados, serviu para ratificar o crescimento de Ciro Gomes e a dificuldade de Jair Bolsonaro em uma disputa de segundo turno.
A enquete foi a primeira depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em decorrência da Lei da Ficha Limpa, tornando o petista inelegível.
O candidato do Partido Democrático Trabalhista, o PDT do saudoso Leonel Brizola, é o único dos presidenciáveis que pode comemorar a enquete em todos os pontos pesquisados.
O pedetista cresce 3% em relação a consulta anterior, vai para 12% e empata em segundo lugar com Marina Silva (Rede). No quesito rejeição, Ciro, com 20%, ocupa a quinta posição. O mais rejeitado é Bolsonaro com 44%, seguido de Marina, Haddad e Alckmin, respectivamente 26%, 23% e 22%.
Ciro é o candidato que mais cresce no Nordeste e o que derrota Bolsonaro, o primeiro nas intenções de votos, com mais facilidade em um eventual segundo round: 44% versus 33%.
Como não bastassem essas boas notícias do Ibope, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, o gestor mais popular das capitais, declarou seu apoio a Ciro, que agora tem um palanque em Minas, o segundo maior colégio eleitoral do país.
Outro ingrediente a favor de Ciro, é o fato de que Bolsonaro só ganha para Fernando Haddad em um cada vez mais provável segundo round, o que pode levar milhares de petistas a votar em Ciro logo na primeira etapa eleitoral.
Ciro também surfa na onda da ficha limpa. Vale lembrar que três presidenciáveis são alvos da Justiça. Alckmin é acusado pelo MP-SP de improbidade administrativa e recebimento de caixa 2. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o “poste” de Lula, responde por denúncias de improbidade administrativa,
corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. E, por último, Jair Bolsonaro, réu no STF por incitação ao crime de estupro e denunciado por racismo.
Tenho dito, no entanto, que o crescimento de Ciro decorre da percepção que o eleitorado começa a ter de que o ex-prefeito de Fortaleza e ex-governador do Ceará é o candidato mais preparado para enfrentar um país tomado por uma grande crise econômica.
Com Ciro Gomes, a esperança de um Brasil melhor. Sem Ciro, a incerteza.