Semana de apresentações antecede Dia da Consciência Negra em Itabuna



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Manifestações artísticas, como esta, em nome da conscientização (Foto: Arquivo/Encantarte)

 

Por Celina Santos

 

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Egnaldo França é um dos principais ativistas pela consciência negra em Itabuna

Domingo (20) é o Dia Nacional da Consciência Negra, marcado pelas discussões em torno da igualdade racial e combate a qualquer tipo de preconceito contra os afrodescendentes. Em Itabuna, o Coletivo de Entidades Negras (formado por agentes socioculturais, artistas, lideranças tradicionais, educadores e gestores públicos) preparou uma semana de programação desde 16 de novembro, para aquecer o clima festivo/reflexivo.

“Este evento é fruto de uma construção conjunta, a partir das demandas de cada entidade envolvida no coletivo, que tem em comum o desejo de celebrar e discutir a memória de um dos maiores ícones da luta pela igualdade racial”, diz um cartaz de divulgação, referindo-se a Zumbi dos Palmares.

A mostra artística começou na quarta-feira (16), no Espaço Mário Gusmão, com a “Noite do Tambor”. Estavam previstas, também, apresentações culturais na Praça Laura Conceição, a cargo dos seguintes grupos: Encantarte, Ilê Axé Oyá Funké, Ilê Axé Ijexá, Ilê Axé Iyá Omí, Celeiro de Bamba, Movimento Negro Unificado (MNU), banda Colheita Viva, Ilê Axé Ijobá Ty Osumarè Iyewá e Ilê Axé Odara.

De quinta a sábado, o Espaço Mário Gusmão será palco de novas mobilizações em torno do tema. Haverá, por exemplo, das 10 às 17 horas, uma feira de artesanato preparada pela AIART (Associação Itabunense de Artesãos); a I Mostra Fotográfica do Ponto de Cultura Associação do Culto Afro Itabunense (ACAI)/ Projeto Cultura em Ação.

 

“Saga de Guerreiros” e beleza negra

Dentro das comemorações pela Semana da Consciência Negra em Itabuna, o Centro de Cultura Adonias Filho receberá sábado (19), a partir das 19 horas, o espetáculo “Saga de Guerreiros”. É uma apresentação de dança afro-contemporânea, sob direção de Jailton Alves Oliveira e coreografias de Egnaldo França. O acesso ao evento se dará mediante a quantia simbólica de R$ 2,00 e um quilo de alimento não perecível.

A encenação, produzida pelo Grupo de Dança e Percussão Afro do Encantarte e pela ACAI, “destaca a história do bairro Maria Pinheiro, sua relação com a ancestralidade, dificuldades e estratégias de sobrevivência no enfrentamento às desigualdades sociorraciais”.

Após o evento, todos seguirão para a USEMI (União dos Servidores Municipais de Itabuna), para o tradicional concurso que escolhe a “Beleza Negra 2016”. Uma semana, portanto, de celebração, exaltação da cultura herdada da matriz africana e de reforço na conscientização por um país que reconheça a origem da maioria do seu povo.