BOLSONARO, O CONGRESSO, AS INSTITUIÇÕES E A POLÍTICA


Maioria dos parlamentares troca o voto por cargos ou outras compensações


O presidente Jair Messias Bolsonaro tem toda razão quando faz críticas “às velhas práticas” da política, protagonizadas pelo Centrão.

O Centrão é formado por um aglomerado de legendas adeptas do toma lá, dá cá. A grande maioria dos parlamentares, sem nenhum constrangimento, troca o voto por cargos ou outros tipos de compensações.

Em relação ao Poder Judiciário, há também alguns pontos que devem ser questionados, principalmente no tocante à instância máxima, o Supremo Tribunal Federal (STF).

No entanto, o chefe maior do Executivo precisa entender que o respeito às instituições é imprescindível para a manutenção do Estado democrático de direito, que o caminho, mesmo com todos os percalços, está na política. Não há solução fora dela.

O problema é que Bolsonaro não quer se afastar do seu cativo eleitorado. Uma significativa parcela é extremamente radical e de uma intransigência assustadora. Ainda tem os milhares de bolsonaristas assumidamente preconceituosos.

Mas o que mais irrita o Congresso e a Justiça é o “morde e assopra” do comandante do Palácio do Planalto. Ou seja, faz críticas às instituições nas redes sociais e depois convida para um café da manhã Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e Dias Toffoli, respectivamente presidentes da Câmara dos Deputados, Senado da República e do STF.

Jair Bolsonaro, depois de ter agradado sua militância, vai dizer para Maia, David e Toffoli que está arrependido das críticas, que exagerou, que tem um profundo respeito pelas instituições.

Volto a clamar uma urgente reflexão aos senhores parlamentares e a quem está na frente das instituições. Que pensem no Brasil, que sejam responsáveis.

Quanto ao presidente Bolsonaro e a oposição, que saiam do palanque. A eleição já passou.

PS – E o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)? A Câmara dos Deputados aprovou sua transferência para o Ministério da Economia. Os nomes dos parlamentares que votaram para a Coaf ficar sob o comando de Paulo Guedes foram duramente criticados nas redes sociais. Esqueceram de comentar que o presidente Bolsonaro não moveu uma palha para que o importante conselho não saísse do controle do ministério da Justiça, sob a batuta do ex-juiz Sérgio Moro