Artigo de João Otávio Macedo – Bloco dos mascarados


“Em alguns países, pessoas usam máscaras quando são portadoras até de resfriados”


 

Nas reminiscências da infância uma das coisas que mais ficaram marcadas na minha memória foi o que ocorria durante o carnaval, quando pessoas amigas de nossa família invadiam a nossa casa, na então rua da Laranjeira, hoje Paulino Vieira, todas fantasiadas e comemorando o período momesco, com aquelas máscaras horrendas, numa salutar brincadeira, própria daquele festejo, mas que me deixava em pânico. Tudo isso aflorou da memória ao passar pelas ruas de nossa cidade e, também, vendo pela televisão, flagrantes de várias cidades, do Brasil e do mundo, com as pessoas mascaradas, seguindo as recomendações das autoridades da saúde, como uma maneira de evitar o ataque desse terrível coronavírus, que está revirando o comportamento das pessoas no planeta terra.

O uso da máscara perde-se nas brumas do tempo e já foi utilizada para diversas finalidades, mas tem sido usada, nos últimos tempos, mais nos festejos do  carnaval; na medicina é amplamente utilizada, mormente nos centros cirúrgicos, pelas equipes de cirurgia, como meio de evitar que os cirurgiões e demais componentes encontrados naquele ambiente transmitam possíveis doenças ao paciente que vai se submeter a um procedimento cirúrgico. Em alguns países, como o Japão, é comum encontrar nas ruas pessoas usando máscaras, quando são portadoras até de pequenos resfriados; usam a máscara para evitar que passem a infecção para outras pessoas e isso faz parte do grau de educação de um povo.

Pois bem, desde a eclosão da pandemia da COVID -19, no início do ano, que a máscara passou a ser obrigatória, com uma dupla finalidade: primeiro, numa tentativa de evitar que o usuário seja contaminado e se torne um doente e, segundo, para não transmitir para outras pessoas, caso esteja já com o vírus, muitas vezes sem qualquer sintoma.

Vez por outra, alguém questiona a verdadeira eficácia do uso da máscara, com argumentos nem sempre verdadeiros, tentando justificar por que não está portando a sua máscara; os estudos têm mostrado, contudo, que realmente diminui a transmissão da doença e, juntamente, ao evitar as aglomerações, também colabora para o combate a essa enfermidade que, ao que tudo indica, o mundo passará por profundas transformações ao seu término, que todos desejamos esteja muito próximo.

O uso da máscara deve ser observado em todos os ambientes onde se encontre um número razoável de pessoas e deve abarcar a boca e as narinas para que, efetivamente, impeça a propagação de um ser tão pequeno e invisível, como o vírus, que pode ser encontrado no ar que respiramos, nas superfícies com as quais temos contacto, entrando no organismo e atingindo vários órgãos, principalmente as vias aéreas e os pulmões.

O tema é da maior importância e seriedade e deve ser encarado com muita responsabilidade, pois se está diante de uma pandemia que já ceifou milhares de vidas, já contaminou milhões e não temos uma ideia precisa da chegada da tão esperada vacina e do término desse terrível pesadelo.

Temos que continuar utilizando as armas que temos, nessa guerra sem quartel, batalhando para que o vírus vá perdendo a sua força e contaminando, a cada dia, menos gente. Se conseguirmos diminuir o número de contaminados e, principalmente, o número diário de mortes, já teremos dado um passo importante contra essa enfermidade. Enquanto isso, vamos continuar fazendo parte desse “bloco dos mascarados”.