Nem sempre quem trabalha com seriedade e afinco, quem se desvela pelo semelhante, recebe as devidas recompensas dos colegas, dos superiores e, principalmente da comunidade levando Aristóteles a dizer que a “grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.”
Temos notado, na atual administração municipal, uma nova postura e a preocupação do irrequieto e operoso prefeito em amarrar as conquistas de sua administração à história e ao passado da nossa Itabuna e isso é muito bom, num país que é frequentemente acusado de não cultuar a história. O caminhar do progresso não exclui o que foi realizado no passado, muitas e muitas vezes com ingentes esforços e muita dedicação.
Na tarde da última quinta-feira, 27 de dezembro, a administração municipal presenteou a cidade com a reinauguração da Maternidade da Mãe Pobre, que, após, amplas e modernas reformas, passou a chamar-se Maternidade Otaciana Pinto, homenageando uma figura marcante, por cujas mãos nasceram mais de 10.000 crianças. Aquela figura miúda, varava as madrugadas frias de Itabuna em direção às casas onde estava por nascer uma nova criança. Enquanto teve forças, exerceu o seu nobre trabalho e, o que muitos não sabem, é que, além de parteira, foi também professora e a segunda mulher a ocupar uma cadeira no legislativo itabunense.
Ao inaugurar a nova maternidade, o prefeito também homenageou a Drª Zina Barbosa Lima de Oliveira Macedo, dando o seu nome a uma das alas no prédio recém-inaugurado.
Sou suspeito para falar sobre a minha eterna esposa e companheira, a Drª Zina das crianças, mas não posso deixar de relembrar a sua trajejtória aqui em Itabuna, quando chegou justamente numa tarde de 02 de fevereiro de 1970 e, já no dia seguinte, iniciava o seu trabalho no Instituto de Pediatria e Puericultura de Itabuna (IPEPI); alguns dias depois também começou a atuar no Hospital Manoel Novaes que, sendo um hospital geral, não tinha uma pediatria bem estruturada como hoje; com as ajudas das Irmãs Silva e Creusa, estruturou a pediatria daquele hospital e lá trabalhou por mais de 30 anos. Também atuou como Pediatra na maioria dos postos da Prefeitura local e só interrompeu o seu trabalho com a doença, em novembro de 2020.
O seu encantamento com as crianças sempre foi um fato marcante e, frequentemente sou abordado por mães e/ou avós que relembram , com emoção, a sua paciência e carinho no trato com a gurizada.
A família da Drª Zina, representada por mim, por ossos filhos, netos e noras, externam os agradecimentos ao prefeito Augusto Castro ao homenagear uma pessoa extraordinária que traçou um objetivo na sua vida: cuidar das crianças.
Quanto à perda de um ente querido, já andei abordando esse assunto aqui nas páginas deste jornal mas, como é um tema que a ninguém escapa, encerro com um pensamento do indiano Rabindranath Tagore:
“Morrer pertence à vida, assim como o nascer. Algum dia saberemos que a morte não pode roubar nada, nada do que conquistamos por que as conquistas se identificam com a própria vida”