Nos últimos dias, ocorreu o prazo para que os senhores deputados e senadores pudessem trocar de partido e, muitos, assim o fizeram, escancarando a “ideologia” dos mesmos e o valor que dão aos partidos.
Entre a queda do Estado Novo, em 1945, e o movimento que depôs João Goulart, em 1964, o país conviveu com alguns partidos políticos e não era tão frequente a troca de legenda, pois cada partido representava determinados segmentos da população e, por muitos anos, os três principais partidos, o PSD (Partido Social Democrático), PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e UDN (União Democrática Nacional) detinham as preferências do eleitorado; outros partidos também apareciam na cena política, mas sem a quantidade exagerada do que hoje se observa; também não se via a frequente troca de legenda e isso teve um fim após o movimento de 1964, quando os partidos foram extintos, substituídos pelo bipartidarismo; por alguns anos a ARENA passou a representar o partido do governo e o MDB o partido da oposição, com direito a sub-legendas; a partir da redemocratização ,novos partidos surgiram até chegarmos a atual e esdrúxula situação de mais de 30 partidos, colocando confusão na cabeça do eleitor que acaba não sabendo que ideologia, ou ideologias, existem em tais agremiações. É uma festa a troca de legendas e houve um caso, anos atrás , de um deputado que, em um mesmo dia , trocou de partido três vezes; algumas vozes já reclamaram de tantos partidos e, em 2013, na revista VEJA, o político Geraldo Alckmin salientava que “não há democracia no mundo que funcione com trinta partidos”; Ele, recentemente, também trocou de partido.
Por falar em VEJA, na última edição, o articulista Fernando Schuler cita um trabalho do professor Luciano de Castro e colaboradores sobre o custo do Congresso e é bom que os leitores tomem conhecimento dessa gastança do dinheiro público. Nosso parlamento, incluindo a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, custa 0,15% do PIB e é o mais caro do mundo. Cada parlamentar tem um custo de 5 milhões de reais anualmente quando, na Inglaterra ,sai por 477.000 reais.
O articulista Fernando Schuler também cita o trabalho da economista Marina Helena Santos sobre a “farra” do Fundo Eleitoral, mais uma armadilha para encher os bolsos dos parlamentares além do grande número de assessores.
A pesquisa também cita o custo do judiciário que é” o mais caro, proporcionalmente, entre as grandes democracias”, custando 1,4 % do PIB quando na Alemanha, por exemplo, custa 0,4 % . Mesmo custando tanto, o articulista afirma que “tramita no Congresso, com chances de aprovação, a PEC 63, criando um adicional de 5 % a cada cinco anos, nos vencimentos da magistratura”
A criação de Brasília foi boa para o Brasil pois, entre outros benefícios, abriu as fronteiras que se encontravam adormecidas naquela imensidão do cerrado; infelizmente a mordomia e a corrupção cresceram com Brasília, por diversos fatores.
Estamos em um ano eleitoral, com renovação do Congresso mas não acredito que nada mude, pois ninguém quer abrir mão de tantas benesses. E depois ficam discutindo sobre o “custo Brasil” e para “entender o Brasil.