* Marco Wense
O governo Michel Temer (PMDB) vive seus últimos e agonizantes suspiros. Sucumbirá antes do feriado de sete de setembro.
A sobrevivência política é mais forte do que a distribuição de bilhões de reais para que os parlamentares votem contra a denúncia de corrupção na CCJ.
Ficar do lado de um presidente com mais de 90% de rejeição é suicídio político. Não é à toa que o PSDB começa a debandar do governo.
O presidente interino do tucanato, senador Tasso Jereissati, já diz que a posição do partido “é cada vez mais clara pela saída do governo do presidente Temer”.
Como não bastasse a iminente perda do apoio da principal legenda de sustentação, tem as delações dos “homens bombas”.
Eduardo Cunha e o operador financeiro Lúcio Funaro já entregaram o roteiro de delações premiadas, o que vai provocar novas denúncias contra Temer e seus ministros mais próximos.
Cunha e Funaro vão confirmar o que Joesley Batista disse no seu depoimento à Justiça Federal, que estavam recebendo pagamento pelo silêncio.
E mais: que o presidente Michel Temer sabia de tudo. Aliás, no diálogo entre Temer e Joesley, a frase do presidente é a prova inconteste: “Tem que manter isso, viu?”.
E o pior é que o outro “homem bomba”, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, não parece disposto a ficar na cadeia em nome de sua amizade de mais de trinta anos com Temer.
Geddel não é um João Vaccari Neto, que foi aplaudido de pé no congresso do PT, e muito menos um José Dirceu, considerado como herói do petismo.
Com efeito, o presidente Temer vai sentir na própria pele o que ele protagonizou com Dilma Rousseff: uma traição sem precedentes na República.
E quem vai ser o Michel Temer de ontem é o Rodrigo Maia de hoje, presidente da Câmara dos Deputados e seu substituto imediato em caso de afastamento.
Vale ressaltar que Maia, que é do Partido do Democratas (DEM), foi peça importante no impeachment de Dilma. Deve ter aprendido muita coisa com o próprio Temer.
Não tenho a menor dúvida de que Rodrigo Maia já trama nos bastidores – e na calada da noite – o “Fora Temer”.
Acabou.