Do G1
Integrantes do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) realizam uma operação na manhã desta quarta-feira (19) em Maceió. Eles cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão. O ex-prefeito da cidade de Girau do Ponciano, Fábio Rangel, foi preso, assim como um ex-secretário de saúde do município e um representante de medicamentos.
Eles são acusados de desviar recursos públicos destinados à compra de medicamentos. Os policiais tentam localizar ainda os ex-prefeitos Jacob Brandão, de Mata Grande, e a Márcia Coutinho, de Passo de Camaragibe. Eles não foram localizados em suas residências, que também foram alvo de busca e apreensão. Na representação encaminhada à 17ª Vara Criminal da Capital, o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, e o Gecoc ainda solicitaram a indisponibilidade dos bens de todos os envolvidos.
A prisão contra Fábio Rangel Nunes de Oliveira foi feita na casa dele, em Arapiraca. O cumprimento do mandado foi acompanhado pelos promotores de Justiça Luiz Tenório e Kléber Valadares. Este último, atual promotor natural de Girau do Ponciano.
Segundo o Ministério Público Estadual (MP-AL), Fábio Rangel não apresentou resistência e foi encaminhado à sede do Ministério Público, em Maceió, onde deverá ser interrogado.
As investigações começaram em março deste ano para investigar denúncias de desvios de verba da saúde. Os ex-prefeitos teriam participado de um esquema criminoso envolvendo compra de medicamentos por meio de notas fiscais fraudulentas.
Nas irregularidades apuradas pelo Gecoc, ficou comprovado que José Jacob Gomes Brandão, Fábio Rangel Nunes de Oliveira e Márcia Coutinho Nogueira assinaram procedimentos licitatórios que beneficiaram a RR Distribuidora, autorizando pagamentos de verbas públicas em favor da referida empresa, sem que qualquer mercadoria tivesse sido fornecida ou serviço prestado.
O prejuízo causado, segundo os investigadores, já ultrapassaria R$ 3 milhões. E tal valor foi confirmado ao Gecoc por uma pessoa que aceitou o benefício da delação premiada e decidiu revelar o esquema criminoso. Em depoimento prestado ao MPE/AL, esse homem contou que foi convencido por um empresário a montar uma empresa de fachada com o objetivo apenas de vender notas fiscais frias em troca de uma determinada quantia em dinheiro. Tal empresa deveria fornecer, supostamente, medicamentos para as prefeituras de Mata Grande, Passo do Camaragibe e Girau do Ponciano. No entanto, ela jamais vendeu os remédios, apesar de emitir nota fiscal em valores altíssimos.