A busca pela medicina integrativa na Aromaterapia


“Muitos médicos associam doenças a consequências de problemas emocionais"


Natália Rocha Medeiros Marques*

Nos dias atuais se tornou mais comum a busca por uma mudança de estilo de vida e hábitos saudáveis. Nesse contexto, se nota uma crescente busca pela medicina integrativa ou complementar. A medicina integrativa foi idealizada pela primeira vez na década de 30 e tem se aprimorado cada vez mais. Ainda convém lembrar a grande relevância desta na sociedade atualmente. A medicina integrativa e complementar busca a prevenção e muitas vezes tratamentos do indivíduo tanto na parte física como mental buscando manter equilíbrio, saúde e bem-estar dos mesmos.

Dentro da medicina integrativa temos que destacar o uso dos óleos essenciais, esses aprovados e liberados para uso de maneiras diversas. Historicamente, são oriundos de diferentes fontes como caule, flores, plantas, raiz, tronco e sementes. Passando por diferentes e específicos processos químicos que geram um produto final. Os óleos essenciais quimiotipados (O.E.Q.T.) podem ser aplicados através de óleos e loções corporais, de processos de inalação, aplicação pura de óleos, águas florais, banhos aromáticos, sprays pessoais ou de ambiente, preparações para o cabelo, massagem ou até tomados por via oral, entre outras formas.

Na maior parte dos casos, as preparações aromáticas serão levadas para casa, para um tratamento contínuo. Os óleos essenciais podem se apresentar como simples ou até mesmo uma mistura de essências de óleo. O número de universidades que vêm buscando estudos científicos e comprovação no tratamento de doenças com os produtos do óleo essencial tem se expandido nos últimos anos. Muitos médicos associam doenças a consequências de problemas emocionais que são muitas vezes trazidos da infância, e até mesmo durante a gestação. Esses problemas emocionais podem comprometer o sistema orgânico e até mesmo genético através de mecanismos de defesa gerando uma “abertura na memória já esquecida”.

Um exemplo é uma pesquisa feita pelo pesquisador e professor Candace Pert, da Universidade de Geogertown, que afirma que “traumas reprimidos causados ​​por emoções avassaladoras podem ser armazenados na parte do corpo, afetando a partir daí nossa capacidade de sentir essa parte ou até mesmo movê-la.” A medicina integrativa vem utilizando óleos essenciais através da aromaterapia técnica desenvolvida a partir da década de 1960, hoje aplicada em muitos países como Europa, Estados Unidos, China, entre outros. Importante ressaltar que no Brasil essa técnica foi aprovada pela ANVISA como tratamento com fins terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças como depressão e hipertensão, sendo ofertados pelo SUS – Sistema Único de Saúde, na Atenção Básica.

Pesquisadores comprovaram, desde 1989, que as amígdalas fazem parte da estrutura do córtex cerebral – que desempenha um papel importante no armazenamento e liberação de traumas emocionais – e os aromas têm um efeito profundo no desencadeamento dessas respostas. Nos EUA há um número grande da aplicação desses recursos em redes hospitalares, muitos profissionais de saúde, como enfermeiros, buscam se aperfeiçoar em áreas de Ciências Paliativas ou Complementares na busca de uma assistência não apenas com mais humanização, mas também visando à integração dos benefícios entre a medicina convencional e práticas integrativas e complementares em todo o contexto humano.

 

*Enfermeira em New York, membro da Associação de Enfermeiros Americanos (ANA); especialista em Saúde Pública e Especialização em Enfermagem na UTI adulto; realizou curso de Aperfeiçoamento em Educação Permanente em Saúde pela Fiocruz; realizou curso de Manejo em Ventilação Mecânica para pacientes no COVID em Harvard Medical School e atualmente está participando do curso de treinamento para profissionais de Saúde pela Universidade Stanford.