A DIFÍCIL MISSÃO DE GERALDO SIMÕES


Na opinião de Marco Wense, Geraldo tem a missão de unir o PT em Itabuna


O ex-alcaide Geraldo Simões tem pela frente a difícil missão de unir a base aliada em torno da sua pré-candidatura a prefeito de Itabuna na eleição de 2020.

A cúpula nacional do PT, sob a batuta do ex-presidente Lula, já decidiu que a legenda não abre mão de ter prefeiturável nos grandes municípios, principalmente nas capitais. É o manda quem pode, obedece quem tem juízo.

O problema maior são os próprios companheiros. Como não bastasse Lula, que andou dizendo que “o PT não é partido de apoio” e que as alianças devem ficar condicionadas a uma adesão ao “Lula Livre”, vem o senador Jaques Wagner e diz que a defesa do “patrimônio ativo do PT” é critério indispensável para se tornar o candidato da base aliada.

Wagner, em entrevista ao blog do Giorlando Lima, diz que o PT de Itabuna deve ter um candidato que defenda os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e, logo em seguida, cita Simões. Como o petismo itabunense tem dois postulantes, Geraldo e o vereador Júnior Brandão, ficou a constatação de que o edil não é de confiança, não defende o “patrimônio ativo do PT” e, muito menos, os governos de Lula e Dilma. Júnior é uma espécie de petista do Paraguai. Não é um 13 autêntico.

Essa soberba das lideranças do PT vem provocando reações na base de sustentação política do governador Rui Costa. Só o PT que é bacana, porreta, o dono da verdade? O presidente estadual do PCdoB, Davidson Magalhães, e o deputado estadual Diego Coronel (PSD), filho do senador Ângelo Coronel, já começaram a se rebelar. O comunista quer o apoio do PT à reeleição de Paulo Bonfim, gestor de Juazeiro. O parlamentar quer a candidatura do pai na sucessão de ACM Neto (DEM) e a do senador Otto Alencar ao Palácio de Ondina em 2022.

Geraldo Simões vem se reunindo com Renato Costa, presidente do diretório local do PSB, Augusto Castro (PSD), Jackson Moreira, que preside o PT de Itabuna, Davidson Magalhães e os vereadores Aldenes Meira e Jairo Araújo, ambos do PCdoB.

Ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem que a candidatura de Geraldo Simões é irreversível, inarredável. É uma exigência do PT nacional, mesmo que seja para perder. Portanto, podemos deduzir que esse encontro com o PSB, PCdoB, PSD e, obviamente, o próprio PT, tem como objetivo a busca de um vice para Geraldo Simões. Aldenes e Jairo topam. Renato e Augusto acho difícil.

Duvido que Geraldo Simões aceite como critério definidor para encabeçar a chapa majoritária o melhor colocado nas pesquisas de intenções de voto. Jamais o PT apoiaria Augusto Castro, hoje bem na frente do ex-prefeito nas enquetes. O petismo sabe que Otto Alencar vai disputar a sucessão de Rui Costa.

A qualquer momento, mais cedo ou mais tarde, Lula pode retornar para a cadeia. Não acredito, com toda sinceridade do mundo, que o médico Renato Costa e o ex-tucano Augusto Castro vão sair nas ruas hasteando a bandeira do “Lula Livre” e da defesa do “patrimônio ativo do PT”.

Alheio a toda essa iminente confusão, o prefeiturável do PDT, Antônio Mangabeira, vem pavimentando o caminho rumo ao Centro administrativo Firmino Alves conversando com as legendas que não querem participar dessa “união” do PT, PCdoB, PSB e PSD.

A missão de Geraldo Simões é realmente complicada. No frigir dos ovos, somente os camaradas do PCdoB estarão do seu lado e indicando seu vice-prefeito.

PS – Quem marcar presença no lançamento do livro de José Dirceu, o “guerreiro do povo brasileiro”, já leva uma grande vantagem para ser o vice de Geraldo Simões.

Geraldo Simões