A ELEIÇÃO DE 2022 E A FIDELIDADE PARTIDÁRIA


Marco Wense lembra que a infidelidade partidária é um "crime" de lesa-partido


O comando estadual de algumas legendas, em decorrência dos resultados da sucessão municipal, deve se reunir para promover mudanças na direção municipal dos partidos.

Dois pontos são tidos como imprescindíveis para uma tomada de decisão : o fraco desempenho da sigla no processo sucessório municipal e as eleições de 2022, principalmente no tocante à presidência da República.

Quanto ao governo do Estado, em razão das peculiaridades locais, há um certo afrouxamento das lideranças nacionais. Mas se tratando de sucessão presidencial, do maior cargo do Poder Executivo, ou segue o candidato do partido ou procura outro abrigo partidário.

Não tem cabimento uma legenda que tenha candidato ao Palácio do Planalto apoiar um postulante de outra sigla, cometendo o maior “crime” contra um partido político, que é o da infidelidade partidária.

A questão não é de impor nada e, muito menos, de mandonismo. Se o dirigente da sigla não concorda com a escolha do candidato à presidência da República, que procure outro caminho. Partido político é que não falta. É só se filiar a uma outra legenda. A desfiliação é automática, não precisa de formalidades.

O que não pode, o que é inaceitável, é ser filiado a um partido e votar em candidato de outra legenda. E fica mais feio ainda se o infiel é membro do diretório municipal ou da comissão provisória.

Ninguém é obrigado a votar sob pressão ou coisa similar. Mas é inadmissível ser membro do diretório, principalmente da executiva, e cometer ou incentivar a traição. A infidelidade partidária é um “crime” de lesa-partido.

Portanto, não tenho nenhum receio em defender a fidelidade partidária como “conditio sine qua non”, ou seja, como condição indispensável para comandar ou fazer parte do diretório ou da comissão provisória.

Concluo dizendo que o instituto da fidelidade partidária é o item mais importante do estatuto de qualquer partido político, independente do campo ideológico.