A VOLTA DA “BANCADA DO CACAU”


O movimento, segundo Wense, ainda é tímido, sequer deu os primeiros passos


Há um início de movimentação, por enquanto restrita aos bastidores, em relação a “Bancada do Cacau”, expressão criada pelo saudoso, inquieto e polêmico jornalista Eduardo Anunciação.

Duda, como era carinhosamente chamado, pregava a importância da representatividade política via voto regional, principalmente nos postulantes à Câmara Federal e ao Parlamento estadual com domicílio eleitoral em Itabuna.

Estão agora querendo ressuscitar a “Bancada do Cacau”. O movimento ainda é tímido, sequer deu os primeiros passos. O alvo principal a ser atingido pela iniciativa é Paulo Magalhães, que já tem o apoio explícito do prefeito Augusto Castro na sua re-reeleição para deputado federal. Ambos são do PSD do senador Otto Alencar.

Obviamente que os maiores interessados pelo retorno do discurso da “Bancada do Cacau” são o vice-prefeito Enderson Guinho, o médico Isaac Nery, o professor Wenceslau Júnior e o ex-alcaide Capitão Azevedo, respectivamente do DEM, Republicanos, PC do B e PL.

O problema é como sustentar a pregação do voto regional e fazer coligação com candidatos a deputado estadual de fora, os apelidados de “copa do mundo”, o que não deixa de ser, no mínimo, uma gigantesca incoerência. Até mesmo uma espécie de, digamos, estelionato eleitoral.

Vale lembrar que, deixando de lado Wenceslau, que não tem pretensão nenhuma de ser a maior autoridade do Executivo municipal, mesmo porque sabe das suas limitações eleitorais, os outros serão candidatos na sucessão municipal de 2024. Quem tiver uma boa votação no pleito de 2022 já se fortalece na condição de prefeiturável.

Augusto Castro vai saber, antecipadamente, quem será seu adversário mais competitivo na sua tentativa de quebrar o tabu do segundo mandato consecutivo, já que nenhum gestor na história política de Itabuna conseguiu se reeleger.

Do quarteto, acredito que os dois primeiros – o vice e o médico – serão os mais votados e, como consequência, pré-candidatos a prefeito de Itabuna no processo sucessório que vai indicar a permanência ou não de Augusto por mais quatro anos no comando do cobiçado centro administrativo Firmino Alves.

É evidente que ainda tem muita água para passar sob as pontes que ligam as duas margens do rio Cachoeira. Muita água suja e fétida.