Bancos fechados e caixas sem dinheiro: greve dos vigilantes se arrasta sem acordo



O atendimento ao público segue interrompido nas agências bancárias, devido à falta de vigilância (Foto: Diário Bahia)

A segunda tentativa de negociação entre patrões e vigilantes, uma semana após o início da greve da categoria, foi adiada para a próxima terça-feira (6) – porque as empresas mandaram apenas advogados na rodada marcada para ontem (1º) e estes disseram desconhecer que a intenção era discutir propostas e não ter representatividade para tal.

A audiência daqui a quatro dias será na sede do Ministério Público do Trabalho, em Salvador. Até lá, já terão se passado 14 dias da paralisação, impedindo o funcionamento de bancos, além de muitos órgãos federais, estaduais e municipais.

A expectativa é que a mediação dos procuradores do trabalho possa resolver o impasse que perdura desde que a pauta de reivindicações da categoria foi entregue, em dezembro.

A proposta patronal de inclusão de uma cláusula permitindo a realização de hora extra para os vigilantes que trabalham no regime de 12 horas por 36 de descanso é um dos entraves da negociação.

Mas o reajuste salarial é outro ponto sem consenso. Enquanto os funcionários querem 7%, os empresários oferecem 1%. Também é reivindicado piso salarial de R$ 1.500,00; aumento do ticket-refeição de R$ 12,00 para R$ 20,00; cota de 30% para mulheres nos postos de trabalho, entre outros itens.

Cadê o dinheiro?

Enquanto isso, há um clima de impaciência geral, agravado pela dificuldade de as pessoas terem acesso aos serviços mais básicos nos bancos. Em Itabuna, por exemplo, nos últimos dias o que mais se viu foram filas gigantescas em caixas eletrônicos 24 horas (a maioria sem dinheiro) e em casas lotéricas. Nas agências bancárias, máquinas sem cédulas e até depósitos impossibilitados.

Cenário de caos, sobretudo porque está chegando o momento de funcionários e aposentados receberem vencimentos. Para todos, fica sempre uma incógnita: cadê o dinheiro?