Caso ou compro uma bicicleta?


Mariana Benedito: “Uma vida sem decisões é uma mistura de angústia, amargura, desesperança”


 

Quantas vezes a gente apertou a cabeça e o coração se perdendo em meio a dilemas, não é mesmo, meu amado leitor? Quantas vezes, ao longo da vida, a gente colocou como excludentes coisas que são complementares? Por que a gente perde vida tentando escolher entre carreira bem-sucedida e relacionamento? Por que separar as coisas? Por qual razão a gente coloca condicionantes em nossa felicidade?

Só farei isso, quando tiver aquilo. Você já parou para avaliar se essas condicionantes realmente impedem que as coisas aconteçam juntas? Pois é … quais são os falsos dilemas que estão matando os sonhos e desejos legítimos que surgem em nosso peito?

Repare que para viver sem tomar decisões a gente inventa quinhentas mil oposições entre coisas que não são opostas, deixando a vida passar se encostando na preguiça, no comodismo, na mediocridade. Só que, meu caro leitor, a gente se esquece de um mero detalhe e que faz total diferença: as consequências virão! E não sei se você já parou para pensar nisso, mas não se mexer, não se movimentar, não tomar decisões já é uma escolha. Os momentos e oportunidades não voltarão só porque você vai se lamentar lá na frente; não é assim que as coisas funcionam!

Uma vida não realizada, sem ações, atitudes e decisões é uma mistura nada agradável de angústia, vazio, rancor, ressentimento, amargura, desesperança. Mas, meu amado ser que me lê aí do outro lado, é preciso assumir a responsabilidade por aquilo que plantamos e cultivamos; viver uma vida de amargura, de dilemas e paralisações é resultado das nossas escolhas, sim. É aquele monstro que você mesmo criou e não larga a mão para que ele deixe de te acompanhar.

São as dúvidas incessantes, os “e se” sem fim, o medo que vai criando tentáculos e te abraçando de uma forma que você nem consegue se mexer mais. Mas, meu queridíssimo leitor, um ponto é fundamental de ser observado: enquanto você ficar enxergando a vida como uma encruzilhada, em que um caminho exclui e outro, vai estar segurando ouro de tolo, como diz Raul, sentado no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar!

Pare e avalie que se você está lidando com coisas complementares, por que raios está tratando como se fossem excludentes?

Consulte com verdade o seu coração e investigue se você não está alimentando falsos dilemas que só trazem peso e impedem de você viver uma vida cheia de vida. Devo aprender a dançar ou fazer hora extra? Devo ter um filho ou aprender um novo idioma? Devo casar ou comprar uma bicicleta?

Perceba se as duas coisas são realmente excludentes, ter ou realizar uma delas, necessariamente impossibilita ter ou realizar a outra? Mesmo? Avalie com verdade, coragem, autonomia e não com preguiça e comodismo. Esse ponto faz a diferença!

Comece a olhar por outros ângulos. Ao invés de pensar se deve aprender a dançar ou fazer hora extra, porque não abrir o leque de possibilidades pensando de que forma você pode organizar seu tempo para aprender a dançar e ainda conseguir uma renda extra? Será que o tempo gasto em frente às telas da vida não poderia ser melhor investido? Percebe a diferença de postura diante da vida?

Então, meu amado leitor, aproveita que um novo ciclo com 365 oportunidades de crescimento está chegando e faz uma faxina nesses comportamentos, crenças; observa o quê você está alimentando.

Nunca é tarde para viver uma vida de verdade!

 

* Psicanalista, terapeuta e especialista em Marketing

Instagram: @maribenedito