Chico Reis: “Esse negócio de g-12, g-9 acabou. Temos que nos unir e buscar o melhor para Itabuna”



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Chico Reis, presidente da Câmara de Itabuna (Foto: Celina Santos)

Por Celina Santos

 

Aos 37 anos, o administrador e bacharel em Direito Francisco José Carmo dos Reis (Chico Reis – PSDB) enfrenta o desafio de presidir uma Câmara com 21 vereadores, para atender aos anseios dos 220 mil habitantes de Itabuna. O edil, em segundo mandato, revela um olhar de menino ao ver o prefeito Fernando Gomes (na quinta gestão) falar; mas parece ter uma diplomacia de adulto quando se refere aos colegas, assim como uma cautela diante de temas mais polêmicos. Sobre o perfil no cargo, ele falou nesta entrevista ao Diário Bahia.

 O que deverá marcar sua atuação à frente da Câmara, em comparação com os presidentes anteriores?

Vamos fazer um trabalho mais transparente, divulgar nossas sessões; a transparência não só através do portal, mas também através de out-door, jornal, revistas, rádio; dizer o que a Câmara ganha de duodécimo, o que gastou durante o período; vamos fazer a Câmara Itinerante; vamos dar o apoio aos servidores da Casa através de cursos de aperfeiçoamento… Porque essa Casa precisa de uma atenção muito grande e a população também precisa. Com a ‘Câmara Itinerante’, vamos levar os vereadores mais perto da população. Nós vemos, na época de sessões, que a população não está aqui para cobrar do vereador, não está aqui marcando sua presença. Com a Câmara no bairro, eles [moradores] vão estar presentes.

 Já que não haverá mais presidentes de bairros, como o senhor pretende conduzir os vereadores nesse papel?

Na realidade, o prefeito quis dizer o seguinte: tem vereadores que foram eleitos por algum bairro. Quando ele for fazer um serviço lá, vai ser a pedido do vereador. Achei muito importante essa fala. Porque é o vereador que sofre, é ele que está mais perto da população. Então, ele vai fazer o pedido e o prefeito vai acatar. Porque o papel do vereador é esse: fazer pedidos de providência e fiscalizar.

 Geralmente, a sociedade considera as câmaras um tanto subservientes aos prefeitos. Como será sua relação com Fernando Gomes?

Como presidente eu sou independente. Mas – como diz a lei – somos poderes independentes e harmônicos. Então, vamos ser oposição na hora de ser oposição, vamos ser situação na hora de ser situação. Tem que acabar com esse negócio de ser oposição e situação; temos que ver o que é melhor para Itabuna.

 De antemão, qual a medida que não terá, em hipótese alguma, apoio da Câmara?

Os projetos que não favoreçam a cidade de Itabuna.

 Por exemplo…

Os projetos que sejam impopulares, que não favoreçam a sociedade a gente não é a favor. [pausa] O projeto da PPP [na Emasa] que o prefeito falou vai ter que ser analisado. Porque existem funcionários na Emasa.

 Pela disposição dos vereadores, inclusive no plenário hoje [na reabertura dos trabalhos, dia 15], nós vemos certa divisão. Como o senhor pensa que se dará essa separação g-12 / g-9 daqui por diante?

Na realidade, isso aí só foi pra fazer a mesa[-diretora]. Somos colegas, temos que brigar, lutar agora por Itabuna. Esse negócio de g-12, g-9 acabou. Então, temos que nos unir e buscar o que for melhor, analisar todos os projetos com carinho, para não prejudicar a nossa cidade.