DE OLHO EM MORO


Na opinião de Marco Wense, Moro não está com prestígio com Bolsonaro


Pessoas mais próximas do presidente Jair Messias Bolsonaro, em conversas reservadas, já demonstram uma insatisfação com o ex-juiz Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública.

Os insatisfeitos são os mesmos – a maioria integrante do chamado “gabinete do ódio” – que protagonizaram o processo de fritura de Luiz Henrique Mandetta, então ministro da Saúde. Deu no que deu: Mandetta foi defenestrado.

A queixa principal é que Moro anda meio tímido na defesa do chefe do Palácio do Planalto, principalmente quando o assunto é coronavírus. Alegam que o ex-magistrado, que conduziu a Operação Lava Jato, não dar nenhum sinal que possa ser interpretado como de apoio ao presidente.

Sem citar o nome de Sérgio Moro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do mandatário-mor da República Federativa, andou dando algumas enviesadas para o ex-juiz. Vejamos duas: 1) “O que eu gostaria de pedir é que dentro do governo mais pessoas publicamente, explicitamente, falassem a favor do presidente”. 2) “Porque aqueles verdadeiros guerreiros não falam só no momento da vitória, falam também nos momentos em que a gente está sob fogo”.

O problema todo é que Moro tomou gosto pela política. Ficou feliz da vida com a notícia de que sua popularidade é maior do que a do chefe, que se a eleição presidencial fosse hoje ganharia para Bolsonaro. Politicamente falando, seu coração está acelerado. Os batimentos cardíacos estão fora do ritmo normal.

A tendência, se as pesquisas de intenções de voto continuar apontando Moro na frente do presidente, que já trabalha seu segundo mandato, via instituto da reeleição, é que o sonho de chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) seja engavetado, deixado para trás.

Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que o “gabinete do ódio” está de olho em Moro. Os olhos dos seus componentes são parecidos com os da coruja.

Bolsonaro e Moro. Foto: internet