DOS VEREADORES-PREFEITURÁVEIS, SÓ UMA CANDIDATURA


Refere-se, Marco Wense, à vereadora Charliane Souza, que garantiu a palavra


Duas, três, quatro ou cinco vezes? Estou na dúvida. Em quantos editoriais eu disse que apenas um vereador seria candidato a prefeito de Itabuna, me referindo a Júnior Brandão, Babá Cearense, Enderson Guinho, Jairo Araújo e Charliane Sousa?

Fiquei com pena de mim mesmo. Foi um pega-pega. Fui criticado por todos. Só faltaram me esquartejar em plena praça pública. Diziam que a minha intenção era tumultuar a vida política dos edis, que era um desinformado, um incendiário de plantão.

Pois é. Deu no que deu: somente Charliane Sousa, do MDB, estava falando a verdade. Não enganou, não mentiu. Não fez do eleitor um bobo do emaranhado processo político. O discurso da edil não era de mentirinha, para enganar os trouxas, como diz a sabedoria popular.

A edil só tem o MDB. A majoritária é puro-sangue, tendo como vice o engenheiro Harrison Nobre, obviamente da mesma legenda. A vereadora, agora como candidata à sucessão do prefeito Fernando Gomes, não tem nenhuma chance de se tornar gestora de Itabuna. Mas tem um bom tempo no horário eleitoral para dizer por que ficou isolada depois das manobras maquiavélicas que terminaram tirando o PTB das suas mãos.

Dos vereadores que juravam que iam levar sua pré-candidatura até o fim, que diziam que o modesto Editorial do Wense só queria perturbar o legítimo sonho de governar Itabuna, Jairo Araújo, do PCdoB, passou a simbolizar a estratégia de ser prefeiturável no intuito de se tornar candidato a vice-prefeito. Ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabiam que o objetivo do parlamentar comunista era ser o companheiro de chapa de Geraldo Simões (PT), formando assim a chapa mais vermelha do pleito sucessório, disparadamente a mais esquerdista e cubana.

Com efeito, essa composição PT e PCdoB, que não é nenhuma novidade em Itabuna, pode mostrar a força do esquerdismo na cidade. Vale lembrar que a candidatura do professor Max, pelo PSOL, também representa esse campo ideológico.

Charliane Sousa tem consciência de que a possibilidade de ganhar a disputa pelo comando do Executivo é zero. Até mesmo de ficar entre os cinco primeiros colocados nas pesquisas de intenções de voto, que devem sofrer algumas importantes modificações em decorrência da decisão de Fernando Gomes em concorrer ao sexto mandato como alcaide do município.

A Charliane Sousa fica o reconhecimento de que não estava fazendo o que os políticos mais sabem fazer: mentir, enganar, ludibriar o eleitorado.