Edson Dantas inverte lado na política e acena para Azevedo


Ex-secretário e ex-vereador critica PSB e expõe motivos para sair da esquerda


Edson Dantas: “Às vezes, você tem que se aninhar num local que não é o seu perfil” (Foto: Vanusa de Jesus/Arquivo Diário Bahia)

O médico Edson Dantas tem na trajetória a experiência como secretário de Saúde num governo do então prefeito Geraldo Simões; também teve a cadeira de vereador e até presidente da Câmara de Itabuna. Mas, fazendo uma analogia com a profissão, podemos dizer que o ortopedista busca equilibrar-se nas próprias pernas para continuar na política. Segundo ele, trocou o PSB (Partido Socialista Brasileiro) pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) por atribuir o quesito corrupção às chamadas siglas de esquerda.

“Fiquei impossibilitado de continuar na esquerda, por tantas denúncias apresentadas e comprovadas, inclusive com a prisão do presidente Lula. Então, não tenho condições de dizer ‘Lula livre’. Está na hora de mais pessoas serem presas, para a gente passar esse país a limpo”, elaborou. Sobre a razão pela qual abandonou a legenda cuja principal líder na Bahia é a deputada federal Lídice da Mata, justificou: “Minha renúncia a esse modelo de gestão é por não aceitar financiamento por caixa 2, envolvimento em escândalos, isso realmente me deixa…”.

Buscamos dele mais argumentos em relação à nova filiação: O senhor, portanto, abraça uma linha dita de direita para seguir na política …: “É [pausa]. Exatamente. Muito embora eu seja uma pessoa de esquerda. Infelizmente, a legislação eleitoral é complicada; você não pode ser candidato sem partido. Às vezes, você tem que se aninhar num local que não é o seu perfil”, acrescentou, com uma nítida ressalva às exigências impostas a quem deseja participar de pleitos.

Ok. O ex-edil deu a “deixa” de que pretende, sim, novas candidaturas. Mas garante que não será na eleição de 2020. “A gente nunca deixa de ser político; a gente gosta de política. Eu sou médico por profissão, não sou político profissional, mas seguro a política porque acho que é a única forma de democratizar os bens de consumo, tudo isso. Tem que agüentar, não é? Mesmo não sendo candidato, poderei apoiar alguém de Itabuna, de outra cidade”, adiantou.

“Estamos conversando”

Dr. Edson Dantas, concretamente falando sobre 2020, externou o óbvio critério de marchar com quem esteja, digamos, melhor na vitrine. “Vou apoiar quem eu acho que tem condição de melhorar a situação de Itabuna. Não sei qual apoiar. Eu gostaria que tivesse um nome novo, uma pessoa que não tivesse os vícios da política. Mas se não tiver, verei quem tem o melhor perfil pra Itabuna”, assinalou.

Mencionando as tantas pessoas interessadas em disputar a cadeira de prefeito, ele citou os nomes de Mangabeira e Azevedo. Porém, quando quisemos constatar se ele vai apoiar uma pessoa que nunca tenha se sentado à cadeira de prefeito, foi mais veemente: “Não, não, não. Azevedo tá aí, estamos conversando; estou falando a respeito de figuras que não tenham vícios”.

Apesar dessas conversas, Dr. Edson deixou claro que o capitão apenas está entre os preferenciais. “É um dos; estamos analisando com calma, conversando com o partido pra já pegar um nome favorável. Mas não está definido, porque está muito longe”, finalizou, como se endossasse aquele “mantra” antigo entre os políticos: “muita água ainda vai passar debaixo dessa ponte”.