Espera e transtorno com uma semana sem ônibus em Itabuna


Greve começou segunda-feira e ainda não houve negociação entre funcionários e patrões


Passageiros amargam horas nos pontos de ônibus (Foto/Reprodução: TV Santa Cruz)

 Há cinco dias, o itabunense experimenta longa espera nos pontos de ônibus, porque a greve dos rodoviários prossegue sem sequer uma rodada de negociação. Até então, a informação é que no final de semana o cenário será o mesmo. Aliás, se a frota já era reduzida aos sábados e domingos sem paralisação, espera-se que neste momento a situação seja ainda pior.

Por força de uma liminar judicial, circularam até ontem 30% dos veículos nos horários de pico e 20% nos demais. Essa redução considerável faz com que seja maior o movimento – e o custo – de táxis, mototáxis e lotações. Mas, em determinados horários, a demanda aumentou tanto que acontecem até “promoções”.

Hoje pela manhã, num ponto do bairro de Fátima, não havia motos disponíveis, porque todos estavam saindo e voltando a todo momento, levando passageiros. Foi quando um táxi parou oferecendo: “Três reais até o Centro Comercial. Quem vai?”. Ou seja, o número de pessoas apressadas faz com que o preço fique o mesmo que pagariam pela tarifa no coletivo.

Enquanto isso, os rodoviários reivindicam 5 por cento de reajuste salarial e 9 por cento no ticket-refeição. As empresas, por sua vez, sinalizam que não podem elevar os salários dos funcionários enquanto a Prefeitura não autorizar aumento na passagem em Itabuna. Sem qualquer definição até aqui, só resta à população esperar. Muitos, aliás, estão percorrendo longas distâncias a pé.

Nenhum ônibus foi retirado da garagem hoje pela manhã

Atualizada às 14h30min

A situação ficou ainda mais delicada nesta sexta, porque os funcionários ainda não tinham recebido os salários do mês e 100% dos ônibus permaneceram na garagem. O entendimento deles é que a data máxima para a remuneração ser paga era ontem. Já os representantes das empresas, que prometeram fazer o pagamento ainda hoje, consideram não haver atraso algum.

Em relação às negociações, o dissídio coletivo está marcado para segunda-feira (10), às 16 horas, na sede do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em Salvador. Mas o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Arlensen Nascimento, sustenta não haver nada que impeça um acordo antes dessa data, caso seja apresentada alguma proposta de reajuste que seja consenso entre as partes.