Por Celina Santos
“Eu vi o menino correndo/ eu vi o tempo/ brincando ao redor do caminho daquele menino”… Estes versos de Caetano Veloso, com uma batida de percussão, bem traduziriam a trajetória narrada pelo músico e vereador Fabrício Pancadinha, ao lançar pré- candidatura a deputado estadual.
Aos 33 anos, o garoto do bairro São Pedro atraiu uma banda (ops, um grupo diverso) de políticos ao palco, para entoar o provocativo jingle: “tá falando ou tá fazendo…?”
Sob o batuque irresistível da percussão, para puxar o animado coro por ACM Neto governador, havia uma turma com a coreografia prontinha.
Entre eles, os deputados Márcio Marinho e Marcelo Nilo (ambos do Republicanos), ávidos por ser pré-candidato a vice-governador. Mais sossegado, o deputado federal Cacá Leão (PP), pré-candidato ao Senado.
Mas o dono da festa por ali era Pancadinha, que reuniu centenas de pessoas, de variadas idades e bairros itabunenses.
Num discurso emocionado, ele lembrou ter contrariado todas as apostas negativas ao longo da vida. Foi assim quando mergulhou no aprendizado da percussão, aos 12 anos; quando tornou-se cantor, puxador de trio, vereador (campeão de votos na atual legislatura).
Quanto ao pré-candidato ACM Neto, demonstrou ser mesmo amigo do artista/edil, que se intitula “general da favela”.
Disse ele, com brilho nos olhos, que quer a amizade de Pancadinha pela vida inteira. Para delírio da plateia predominantemente jovem, disse que quer trabalhar pela periferia, pela cultura, educação… Música aos ouvidos, não é?
Além da amizade (de quem brinca em vídeo sobre qual camisa tem o “jacaré” verdadeiro, numa referência à caríssima marca Lacoste), ambos descobriram que um pode ser cabo eleitoral do outro. Isso foi, dias antes, num convite para o evento em Itabuna.
Para encerrar o ato, o aliado (nível hard!) saiu de cena num video-selfie, obviamente acompanhado pela multidão e logo espalhado na velocidade da luz. Aliás, das redes sociais.
Como está claro há meses, a campanha começou! Por isso, até 05 de outubro rola uma corrida pra ver quem merece nosso “confirma” na urna. Às apostas, please.
