Festival exalta literatura no Sul da Bahia


Inédito, evento virtual promove discussões contemporâneas


O advogado e professor Efson Lima, um dos idealizadores do Flisba

Dois dias após chegar a estação das flores, o público da região experimenta uma “Primavera Literária” desde quinta-feira (24). Este é o tema do Flisba (Festival Literário Sul Bahia), que se utiliza de recursos virtuais para uma mensagem bastante real: a leitura pode ser companheira de sempre, seja qual for o suporte para encontrá-la. Gratuito, o evento é o primeiro do gênero, realizado com o auxílio exclusivo da tecnologia.

O advogado e professor Efson Lima, um dos idealizadores do Festival, considera que tem se constituído em “um movimento permanente e que visa interagir com as escolas, com as instituições de ensino superior, as associações de bairros e de classe profissional”.

Ele manifesta a expectativa de que seja mais que um evento, que ele possa ser um espaço de reflexão para pensar a literatura e o acesso à leitura. “Sem dúvida, que possa ser um lugar para reflexões oportunas e necessárias, pois vamos tratar de meio ambiente, novas mídias, a mulher na literatura e os jovens, agora, na condição de escritores”, assinala.

O jornalista e escritor Daniel Thame integra uma das mesas de discussão

Tempo de resgate

O jornalista e escritor Daniel Thame, presente em uma das mesas de discussão, fala da importância de exaltar nomes tão valorosos para a literatura regional. “Jorge Amado é uma figura indissociável da fascinante história do cacau e sua gente, que ele levou para o mundo. Meu livro ‘Jorge100anosAmado’ é um tributo a esse eterno Menino Grapiúna”. Em seguida, ele constata: “esse é um evento que pode e deve promover um resgate da literatura sulbaiana e contribuir pra o surgimento e valorização dos novos autores”.

Para o professor Ramayana Vargens, o “FLISBA é o início de uma integração que demonstra a força da união regional na defesa e na promoção da Cultura no sul da Bahia. Um movimento espontâneo que nasce da necessidade comum de afirmarmos nossa identidade cultural regional e, ao mesmo tempo, nos unirmos para ampliarmos as vozes de nossas artes no mundo”.

Livro com discursos de Jorge Amado e Adonias Filho à Nação Grapiúna

Programação

Até sábado (26), uma extensa programação pelo Facebook e Youtube no perfil @flisba, com mesas-redondas que valorizam escritores da região. Serão abordados temas variados sobre meio ambiente, produção literária, redes sociais e novas mídias. Também ocorrem atividades para o público infantojuvenil e terá também o Slam Sul Bahia – uma competição de poesia falada.

Os escritores homenageados do Flisba são Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto. O evento também presta uma homenagem ao Teatro Popular de Ilhéus, que tem buscado permanecer ativo na cena teatral baiana.

Algumas obras da artista plástica Jane Hilda Badaró serão exibidas sob a curadoria de Anarleide Menezes. E haverá um sarau com lançamento de livros, apresentação do espetáculo “Teodorico Majestade – a última live de um prefeito”, do Teatro Popular de Ilhéus.

Haverá, ainda, a exibição do documentário “Cacau para Sempre, da cineasta Raquel Rocha.  No encerramento, a dupla Silvano e Carla e a banda Negras Perfumadas acrescentam música a literatura. Toda a programação está disponível no Sympla e nas redes sociais do evento.

Aqui está uma realização do Coletivo Flisba, grupo integrado por escritores e ativistas culturais do sul da Bahia. Cabe citar os apoiadores: Academia de Letras de Ilhéus; Academia de Letras de Itabuna; Academia de Letras e Artes de Canavieiras; AABB-Itabuna; CESOL – Litoral Sul; Cogito Editora; Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc); Instituto Macuco Jequitibá; Museu da Piedade; Teatro Popular de Ilhéus (TPI); TV Itabuna; Silvano e Carla; banda Negras Perfumadas.