FG e seus candidatos   


o próprio Fernando Gomes não cansa de dizer que seu único compromisso é com o governador Rui Costa, que quer distância do PT.


Só falta um nome para o prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, sem partido depois que deixou o DEM, fechar sua chapa nas eleições de 2018.

Para o governo da Bahia, o alcaide vai votar na reeleição de Rui Costa (PT). Deputado federal e estadual, respectivamente Jonga Bacelar e Sérgio Gomes. Para o senado da República, em Ângelo Coronel.

O candidato de FG à presidência da República é Jair Bolsonaro, do PSL, que é também do vice-prefeito Fernando Vita e da maioria do secretariado do Centro Administrativo Firmino Alves.

O sólido antipetismo da campanha bolsonariana e a defesa do porte de armas são os pontos que são mais elogiados no staff fernandista.

Aliás, o próprio Fernando Gomes não cansa de dizer que seu único compromisso é com o governador Rui Costa, que quer distância do PT.

Seria uma inominável ingratidão se o prefeito tivesse outro comportamento com o governador, que o apoiou na última sucessão municipal, tanto no campo político como no jurídico.

Como são duas vagas para senador, fica faltando um voto do alcaide. A única certeza é que FG já descartou Jaques Wagner.As apostas giram em torno do Irmão Lázaro e Jutahy Júnior.

O único pedido que Fernando faz, de maneira mais incisiva, principalmente entre os que ocupam cargos de confiança, é em relação ao filho Sérgio Gomes, postulante a uma vaga na Assembleia Legislativa.

A cobrança de FG está sendo ignorada por alguns secretários simpatizantes da candidatura de Rafael Moreira, hoje neopetista e muito próximo de Josias Gomes, ex-secretário estadual de Relações Institucionais.

Nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, a informação é de uma articulação para aproximar o prefeito do ex-governador Jaques Wagner.

É evidente que Wagner não criaria nenhum obstáculo para essa iniciativa de aproximá-lo do chefe do Executivo. Pragmático como é, não vai contrariar a máxima de que todo apoio é bem-vindo.

Não se sabe a opinião de FG sobre a tentativa de fazer as pazes com o responsável direto pela eleição de Rui Costa ao Palácio de Ondina.

Somente o governador Rui Costa pode ter sucesso nessa difícil missão, dizem os correligionários mais próximos do prefeito.

Boicote ao Coronel

Ângelo Coronel, companheiro de Jaques Wagner na busca das duas vagas para o Senado da República, é uma espécie de “patinho feio” na chapa majoritária governista.

O único esforço que se percebe para elegê-lo vem do PCdoB, que tem Davidson Magalhães, presidente estadual da legenda, como suplente do Coronel.

PSB e alguns setores do PT estão boicotando a candidatura do ex-presidente da Assembleia Legislativa. Os socialistas não esquecem a defenestração, sem dó e piedade,de Lídice da Mata da chapa majoritária.

Os petistas acham que a eleição do Coronel, que é do PSD, vitamina as pretensões do senador Otto Alencar, que se articula para disputar o governo da Bahia na sucessão de 2022.

No campo tupiniquim, o que se comenta é que o ex-prefeito Geraldo Simões (PT) não vota no Coronel. GS ainda sonha com a prefeitura de Itabuna.

E aí, cabe ao inteligente e atento leitor fazer a seguinte pergunta: Que diabos tem a eleição do Coronel com a sucessão municipal de 2020?

Ora, Geraldo quer ficar solto dentro do campo da esquerda em Itabuna. Se Ângelo for eleito senador, o PCdoB vai pressionar Rui Costa para que ele assuma uma importante secretaria.

Como senador, Davidson vai voltar a se achar um forte prefeiturável, assim como Geraldo Simões se for eleito deputado estadual.

Geraldo e Davidson esquecem que tem uma grande pedra no caminho: o médico Antônio Mangabeira, sem dúvida um fortíssimo nome. O sentimento de mudança é cada vez mais consistente no eleitorado itabunense.

É bom lembrar que na última sucessão municipal, Mangabeira, presidente do diretório do PDT, teve mais votos do que a soma da votação do petista e do comunista.

E por falar em Mangabeira, pesquisas de intenções de voto para deputado federal, realizadas em Itabuna, apontam o pedetista na frente, bem distante do segundo colocado.

 Haddad e o “patinho feio”

Em visita a Salvador, o “poste” de Lula, Fernando Haddad, uma espécie de “ex-Dilma”, só pediu votos para o companheiro Jaques Wagner, candidato a senador.

A indelicadeza de Haddad deixou o senador Otto Alencar tiririca da vida, que tem o colega de legenda (PSD), Ângelo Coronel, disputando também uma vaga na Casa Legislativa.

Um vereador presente no evento, desabafou: “Parece que a prática de só coçar pra dentro não é exclusiva do PT baiano, mas do PT nacional”.