Ilhéus: autora de ação popular pede demissão mas continua na folha da Prefeitura


Ação provocou afastamento dos servidores admitidos entre 83 e 88


 

A autora da ação popular que peticionou ao Juizado da Fazenda Pública para ser nomeada pela Prefeitura de Ilhéus após o concurso público de 2016 e pediu também o afastamento dos servidores admitidos entre 1983 e 1988, Karoline Vital Góes, conseguiu ser convocada pelo Município, no ano passado, provocou a demissão dos servidores, mas já pediu exoneração do cargo e viajou para a Grécia.

A ex-servidora, que estava lotada na secretaria de Administração (Sead), protocolou o pedido de demissão no último dia 14 de janeiro, mas foi mantida na folha de pagamento da Prefeitura do mesmo mês, com proventos normais, no valor de R$ 1.703,03, como pode ser constatado no Portal de Transparência do Município.

Graduada em Comunicação Social, Karoline Vital Góes prestou concurso para o município de Ilhéus no cargo de Assistente Administrativo. Após a ação judicial que impetrou na justiça, foi convocada pelo Município e lotada na secretaria de Administração, em período probatório, para trabalhar ao lado do secretário Bento Lima, considerado o articulador das demissões feitas, por decreto, pelo prefeito Mário Alexandre, após a decisão judicial de primeira instância, mesmo tendo o Município impetrado recurso para efeito suspensivo da sentença junto ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJBa).

Embora tenha protocolado seu pedido de exoneração no dia 14 de janeiro, o documento permanece tramitando no Departamento de Recursos Humanos da Secretaria de Administração sem qualquer publicação no Diário Oficial eletrônico do município. Dessa forma, mesmo sem comparecer ao trabalho, a ex-servidora obteve o pagamento integral de sua remuneração.

Logo após o pedido de demissão da Prefeitura, Karoline Vital embarcou para a Europa, com destino a Atenas, na Grécia, conforme pode ser visto nas postagens feitas em sua página nas redes sociais (Facebook). Esses últimos acontecimentos alimentam suspeitas de que a referida ação popular tenha sido articulada com a finalidade de provocar a demissão dos servidores legalmente admitidos entre 83 e 88.

Além da desistência de Karoline Vital do cargo público na Prefeitura de Ilhéus, outros fatos demonstram que a sentença judicial foi utilizada de forma política, para o afastamento dos servidores com mais de 33 anos de serviço público. Um deles foi o não afastamento de 111 contratados através da seleção pública simplificada realizada em 2017 para lotação na Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), como determinou o juiz da Fazenda Pública local.

Após o afastamento dos servidores municipais antigos, o que gerou uma campanha coordenada pelos sindicatos que representam a categoria – Sinsepi, APPI\APLB, Sindguarda, Sindiacs\ACE – o prefeito Marão já constituiu comissão para realizar um novo processo seletivo para contratar, de forma precária, servidores para a Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), nos mesmos cargos que foram desautorizados pelo juiz.