Jornalista cobra providência para preservar mural histórico em Itabuna


Obra, elogiada pelo filósofo Sartre, retrata trajetória do cacau desde a roça até o Porto de Ilhéus


Paulo mostra memória desrespeitada: Escondido atrás dos toldos verdes, um painel histórico para civilização do cacau

O jornalista Paulo Lima, orador dos mais reconhecidos em Itabuna, tem chamado a atenção para a situação de descuido a que foi relegado mural de valor histórico no Centro. A obra, assinada pelo artista Genaro de Carvalho, há 71 anos foi trazida como um presente na avenida que se tornou o “coração” comercial da cidade.

“Nele está retratada toda a trajetória de uma roça de cacau: desde a semente até a exportação no Porto de Ilhéus. Este mural foi muito elogiado pelo filósofo Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, quando visitaram Itabuna na década de 60. Durante todos estes anos, ele vem resistindo ao tempo”, relata o comunicador.

Ele lembra providência tomada pelo então presidente da FICC (Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania), escritor Cyro de Mattos, para preservar aquela obra. “O escritor, jornalista e advogado colocou um gradeado no pé do mural para evitar danos àquele patrimônio cultural da nossa cidade. Hoje, ele encontra-se nesse estado e servindo de depósito para a economia informal que ali estabeleceu-se”, compara, num visível tom de lamento.