Júri absolve mulher que era suspeita de participar de sequestro do mototaxista “Paulista”



Foto: Arquivo Pessoal

Nesta sexta-feira(26), aconteceu, no Fórum Ruy Babosa, em Itabuna, o o júri de Maria Denise.  A mulher era acusada de ter mediado o encontro entre os mentores do sequestro e morte do mototaxista Wilson Ferreira da Silva (Paulista) com a mulher contratada para servir de isca para o sequestro. O crime aconteceu em dezembro de 2012. Maria Denise foi absolvida. Tanto a defesa como a promotoria trabalharam com o pedido de absolvição. Em entrevista ao repórter Marcos Soares, da Rádio Difusora, o promotor Rafael Pithon esclareceu que “não havia provas seguras da participação” da mulher. “Temos compromisso com a lei e com a Justiça”, declarou.

No dia 4 de abril, três pessoas foram julgadas pela participação no mesmo crime e condenadas. Na época, também seria julgada Maria Denise, mas ela havia dado à luz há pouco tempo. No dia de hoje, o bebê esteve presente no júri e chegou a ser amamentado em determinado momento.

As investigações apontavam que teria sido Maria a entrar em contato com Márcia Paranhos, para que, em troca de um pagamento, ela levasse “Paulista” até o local combinado, onde ele seria sequestrado.

Entenda o caso

Em 13 de dezembro de 2012, “Paulista” realizou uma corrida com quem acreditava ser uma cliente comum para o bairro Goés Calmon, em Itabuna. No local, ele foi sequestrado por três homens armados. Depois disso, o mototaxista passou três dias desaparecido até ser encontrado morto em uma fazenda em Buerarema.

Câmeras de segurança flagraram o momento em que a vítima foi levada e a Polícia Civil inciou uma busca

aos envolvidos. Márcia Messias Paranhos, de 18 anos, foi presa no dia 14 de dezembro após ser identificada com a passageira que levou “Paulista” até o local do sequestro. Ela confessou ter sido paga para levá-lo ao local, mas disse à polícia que não sabia o que seria feito com ele. Após o depoimento de Márcia, os policiais chegaram à Maria Denise, apontada como namorada de um dos sequestradores e suspeita de ter feito o contato com Márcia para acertar a ação conhecida como “arrasto”.

Ainda sem a prisão dos sequestradores, um trabalhador rural encontrou o corpo de “Paulista”  no dia 16 de dezembro e acionou a polícia. Em relato feito aos policiais, o trabalhador disse ter ouvido o som de 3 tiros ainda na noite do dia 13, mesmo dia em que o mototaxista foi levado.

Meses depois, os irmãos Gilsara e Jonathan Santos foram presos pela Polícia Civil também acusados de participação no crime. Só após o depoimento deles, foi descoberta a motivação para o sequestro e assassinato de “Paulista”. Segundo Jonathan, uma pessoa, até hoje não identificada, telefonou para o mototaxista e solicitou que ele buscasse uma criança na escola. O autor da ligação afirmava que o menino a ser buscado era filho dele. No colégio, funcionários informaram ao mototaxista que a criança só tinha autorização para sair com parentes. Desconhecendo a situação e após o aviso, “Paulista” foi embora.

O menino era filho de Gilsara, que foi comunicada pela escola sobre o fato. Junto com o irmão Jonathan, Gilsara assistiu ao vídeo das câmeras de segurança do colégio. “Paulista” foi identificado e, segundo Jonathan, houve a decisão de sequestrá-lo para descobrir quem havia ligado para ele pedindo que buscasse a criança.

“Paulista” não soube informar o que os sequestradores queriam saber, uma vez que acreditava que a ligação havia sido feita pelo pai do menino.

Jonathan afirmou que, a princípio, o objetivo não era matar o mototaxista, mas que um dos criminosos envolvidos decidiu assassiná-lo com medo de ser reconhecido.

Em abril, Jonathan Santos foi condenado a quatro anos de prisão, sendo dois por ocultação de cadáver e dois por sequestro. Márcia Paranhos e Gilsara Santos foram condenadas a um ano cada uma. Todos os três saíram do júri em liberdade, pois já tinham cumprido a pena.

Foragidos

Os outros dois homens nunca foram encontrados. Um deles, de prenome Ivan, é apontado como o autor dos disparos e é considerado foragido da Justiça. O segundo nunca foi identificado, visto que Jonathan afirmou conhecê-lo apenas pelo apelido de “Gasparzinho”.