Médico alerta para risco de 2ª onda de Covid-19 em Itabuna


Diretor do H. de Base fala de dificuldades nas escalas de médicos


Dr. Eduardo Kowalski, diretor médico do Hospital de Base (Fotos: Reprodução/TV Santa Cruz)

Momentos de ocupação máxima nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), como ontem (23), e a iminência de precisar transferir pacientes para outras cidades motivam o clima de alerta no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, em Itabuna. O diretor médico da unidade, Dr. Eduardo Kowalski, relatou em entrevista à TV Santa Cruz o temor que o município atinja uma segunda onda de infecções.

Questionado se o número de leitos na cidade é suficiente para atender à demanda, ele afirmou que até o momento sim. São três vagas pediátricas, no Hospital Manoel Novaes, e 20 no Base. Mas a unidade (100 por cento SUS) vem enfrentando baixas, inclusive pelo desgaste da equipe médica. “Estamos tendo dificuldade para reformar as escalas de plantão para o próximo mês, mas há um empenho da equipe, pra tentar achar novos médicos. Ainda é possível manter a assistência à população, mas o que assola a gente ainda é o risco de uma segunda onda em nosso município, que pode causar situações como a que a gente já viveu no passado”, declarou.

Dr. Kowalski, então, reforça o pedido para a população manter a disciplina, na tentativa de conter novo avanço do vírus. “Usar máscara, higienizar as mãos, para que a doença não acometa a população de forma disseminada, como estava no passado. A gente precisa dessa conscientização, para que não venha causar um colapso da rede hospitalar da cidade”, argumentou.

Nesta terça-feira, há oito leitos de UTI desocupados, sendo dois para pacientes que precisem de hemodiálise

Sobre transferência

Ele explicou por que há uma rotatividade tão grande nas vagas de UTI no Base. Além de mortes, ocorre a transferência de pacientes para enfermarias assim que haja melhora na saturação [nível de oxigênio transportado no sangue].

“Pacientes que respondem rápido às medidas adotadas nós permanecemos com eles na UTI até perceber que a saturação está sendo adequada, que recuperou hemodinamicamente [bombeamento de sangue no sistema cardiovascular], nós conseguimos enviar para a enfermaria do hospital”, explicou, em entrevista à repórter Izabella Freitas.

O profissional detalha que nesta terça-feira há disponíveis oito leitos, sendo dois para aqueles cuja função renal seja comprometida pela covid-19 e que, por isso, precisem de hemodiálise. Os outros seis seguem abertos para pacientes de Itabuna e região.

Caso haja necessidade de transferência para outros municípios, como Ilhéus, Vitória da Conquista ou Salvador, ele explica que o estado se encarrega de oferecer UTI móvel. “Com toda dificuldade, estamos dando conta de atender à população, tendo em vista que os casos diminuíram muito. Mas agora temos medo que no futuro possa vir a exaurir a capacidade hospitalar da cidade”, prosseguiu.

A afirmação é diante de um aumento na busca por pacientes com sintomas na rede de Atenção Básica. “Primeiro, tem que ter uma procura maior pela emergência para que depois os leitos sejam solicitados. “E o hospital que dá assistência aos pacientes mais graves”, finalizou.