“Mulher Sagrada” chega terça-feira no Teatro Municipal de Ilhéus


Espetáculo poético-musical traz narrativa envolvendo oito artistas femininas


Uma imersão pelos mistérios do sagrado feminino (Foto: Mariana Cabral)

Oito mulheres artistas inspiradas pelo sagrado feminino mostram o resultado de um intercâmbio criativo no espetáculo poético-musical “Mulher Sagrada”. No Teatro Municipal de Ilhéus, na terça- feira, 13 de agosto, às 19 horas, elas levam para o palco as suas composições individuais e as criações coletivas.

Assim, guiam o público para uma conexão com os saberes ancestrais e mostram como a arte é um vetor de fortalecimento das potências femininas. A entrada é gratuita.

A diretora do projeto, Naiara Gramacho, conta que com séculos de silenciamento às vozes e conhecimentos femininos, o projeto Mulher Sagrada traz a importância de ouvir esses saberes esquecidos e desvalorizados.

“Saberes estes conectados com a natureza, com os ciclos femininos, com os saberes ancestrais afro-indígenas, com a sabedoria do corpo e da intuição. Saberes que nos levam a reconhecer o sagrado que habita em todas nós mulheres. Esse projeto traz, portanto, a importância de voltarmos o nosso olhar para as mulheres, para suas vivências pessoais e coletivas, para o canto e a dança como expressões desse feminino e de tudo o que foi silenciado por muitas gerações de mulheres”, pontua.

Saberes compartilhados

O espetáculo nasceu a partir do encontro das duas compositoras do álbum musical “Eu, Mulher Sagrada” (disponível nas plataformas digitais), Naiara Gramacho e Adriana Gabriela, com seis musicistas baianas que, além das habilidade artísticas, também têm vivências com saberes associadas como parteiras, curandeiras, benzedeiras, erveiras e são detentoras de outros saberes e atuações em suas redes e comunidades locais.

Desse intercâmbio, surgiram partilhas, trocas de saberes e sonoridades e um grupo de mulheres que passaram a compor a partir de suas conexões com o feminino sagrado, a natureza e suas medicinas e saberes ancestrais.

“Espero que o público venha de coração aberto experienciar as músicas, danças, saberes e rezas dessas tantas mulheres artistas e curandeiras, de forma que possa também se permitir adentrar uma jornada de encontro com a sua própria essência feminina e a sua livre expressão no mundo”, convida Naiara.

Produções audiovisuais

O projeto contempla ainda a produção de dois videoclipes do referido álbum – das músicas “Águas” (já lançado) e “Semear e florescer” (lançamento em breve).

Já o espetáculo traz o resultado de semanas deste trabalho poético-musical que foi acompanhado pela artista visual, Mariana Cabral, e que vai resultar em um documentário, que será lançado após o espetáculo. Acesse-os em https://www.youtube.com/@NaiaraGramacho. No dia do espetáculo, será lançado o teaser do documentário.

Este projeto foi contemplado nos Editais da lei Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.

Conheça as artistas do espetáculo “Mulher Sagrada”

Adriana Duchat – Mulher, mãe e artista. Atua nas artes desde 2011, principalmente, em música. GIRADIMANAS, em parceira com Thiago Li , Nana Sarah e Izaque de Souza, aborda o bairro jequieense do Barro Preto, com a canção “Pisada do Barro”. Atualmente, se prepara para lançar seu primeiro trabalho solo autoral, o single “Mulher Planta”.

Adriana Gabriela – Artista multiárea, se considera, sobretudo, Poeta. É autora dos livros “Sobre minhocas e pássaros: poéticas da travessia” e “De Estação em Estação: Poesias para mudar de rota”. Doutoranda em Artes da Cena pela Unicamp, seu campo de pesquisa se centra no cruzamento entre teatro, dança e performance, nas interfaces entre corpo, ancestralidade, rito, feminino e sagrado. Mestra em Artes Cênicas pelo PPGAC-UFBA, com a dissertação “Mulher no Palco: Ritos Poéticos Teatrais de Iniciação ao Feminino Sagrado”. Participa do EP “Eu, Mulher Sagrada”, compondo e poetizando.

Ana Diniz – Cantora, compositora, arte-educadora, mestra de Maracatu, nascida em Recife (PE). Formada em Artes Cênicas. Produziu 2 discos autorais: Cocos, cirandas e canções (2007) e Terra (2011). Criou a metodologia de Canto Natural em 2010. Em 2016, funda na Bahia o Maracatu Estrela de Serra do qual é mestra e dirigente espiritual.

Mariane Nunes – Mariane Nunes é historiadora e monitora de capoeira. Fundadora do grupo de capoeira Mulheres de Bamba, atua na cidade de Itacaré – Bahia, trabalhando a superação da violência através da capoeira.

Naiara Gramacho – Multiartista sul baiana, Naiara Gramacho é cantora, compositora, atriz, diretora de teatro, cenógrafa, escritora e ilustradora. Residiu em Salvador, onde se profissionalizou como artista, e adentrou o universo das artes cênicas. De volta às terras cacaueiras, tem se voltado às composições que surgiram após o nascimento do seu filho, adentrando os portais de cura através da música. Em 2021, lançou seu primeiro EP “Eu, Mulher Sagrada”, nas investigações sobre o sagrado feminino, a natureza e as transformações do Ser.

Paula Pereira (Tamikuã) – Aprecia cantar e dançar e tem uma trilha sonora para cada momento da vida. “E nesse momento de minha vida, a dança tem sido minha grande aliada no retorno a mim mesma desde a chegada da maternidade”.

Sávia Luz Cabocla – Cientista social, terapeuta e pesquisadora afropindorâmica dos cantos, artes e tecnologias ancestrais de cuidados com o umbigo e ventre. Neta de Vó Índia, rezadeira. Soteropolitana, cientista social na Universidade Federal da Bahia, com interesse em estudos da etnografia musical, gênero, audiovisual e matriz afro-indígena. Compartilha saberes desde 2018 na Plataforma de Pesquisa e Serviços Terapêuticos Mato Tem Flor Terapias, no Instagram. É também, fotógrafa e experimenta com conceito de foto-escrevivência. Em 2023 integra o GRUPIARA: Cantautoria feminina no Vale do Capão, com enfoque em música, feminismo e cantos sagrados afroindígenas.

Thainara Sena – Thainara transforma com sua voz o desabrochar de sua experiência terrena a partir da investigação de sua expressão arte, transbordando sua natureza nos lugares por onde passa.

Acompanhe esta produção pelo Instagram @_mulher.sagrada