O primeiro debate televisivo destas eleições, veiculado domingo na TV Cabrália, teve momentos que remetem à história da política de Itabuna. Primeiro, os candidatos Fernando Gomes (DEM) e Geraldo Simões (PT), que polarizaram pleitos durante mais de 15 anos, estavam lado a lado – apenas na posição no estúdio, é claro.
Os dois trocaram farpas, com expressão de ironia, em todos os momentos em que puderam fazer perguntas entre si.
Fernando disse que Geraldo estava “nervosinho”, quando este lhe indagou sobre a perda da Gestão Plena na Saúde, no seu último mandato, entre 2005 e 2008.
O petista também perguntou se o democrata estava “arrependido” de ter criado o Carnaval Antecipado e depois ter deixado de realizá-lo.
Direto no calcanhar
O candidato Zé Roberto (PSTU) exerceu com maestria o papel de franco-atirador no debate, como já era esperado. Mirou contra Dr. Mangabeira (PDT), Augusto Castro (PSDB), Davidson Magalhães (PCdoB) e, diante de Fernando Gomes (DEM), cravou: “O senhor é ficha-suja, não sei por que está aqui; deveria estar preso”. FG, por sua vez, foi até light, afirmando que não deveria agredi-lo assim.
Não diz como
Os candidatos Coronel Santana (PTN) e Mister Cuca (P-Sol) foram veementes nas críticas ao que identificam como problemas na cidade, mas ainda lhes faltam argumentos, para mostrar “como” pretendem agir na cadeira de prefeito. Aliás, este também foi um tom evidente na fala de Dr. Mangabeira. Talvez por inexperiência, ou por estarem diante das câmeras, não souberam externar detalhes de seus programas de governo.
Doce de capitão
O ex-prefeito Capitão Azevedo, provavelmente bem orientado pela equipe de marketing, reagia às críticas de forma até doce. Quando Fernando Gomes lhe disse que ele é honesto, mas não teve comando, o militar disse que o ex-aliado estava agindo como Maquiavel. Sempre hábil para desviar das perguntas mais capciosas, Azevedo é hábil ao olhar para a câmera de forma sedutora e mandar o recado que, como diz, “os mais humildes” querem ouvir.
Eu sou eu
O candidato Davidson Magalhães (PCdoB), cujo discurso denota ser um dos mais preparados para administrar, esforçou-se para mostrar que seu eventual governo não seria uma continuidade do atual. “Vane é Vane e Davidson é Davidson”, assinalou. Negando firmemente ter indicado qualquer diretor da Emasa envolvido em corrupção, disse que iria processar o candidato do PSTU.