O GOVERNO BOLSONARO, CIRO GOMES E O PT



De início, devo dizer que o comentário de hoje se restringe à política econômica, deixando o campo político de fora, mais especificamente o péssimo relacionamento do governo Bolsonaro com o Congresso Nacional.

A situação é muito preocupante. A opinião entre renomados economistas de que o país oscila entre a estagnação e a depressão é quase que unânime. E o pior é que a expectativa de melhora é cada vez mais pessimista. Vivemos em uma escuridão de um governo sem luz.

O ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore, tem razão quando diz que “o Brasil não apenas está vivendo a mais lenta retomada da história como caminha para a depressão. O país está parado. Depois da recessão, ainda não tivemos recuperação. A população empobreceu e não recupera a sua renda. Se isso não é sinal de depressão, não sei o que é”

Como não bastasse toda a nuvem cinzenta da economia, todo esse nevoeiro, o presidente Jair Messias Bolsonaro afasta os investimentos internacionais dizendo que o país é “ingovernável”.

Para contrapor às manifestações contra o governo Bolsonaro, o bolsonarismo está convocando atos de rua, marcados para o próximo dia 26, para apoiar o presidente.

A deputada estadual Janaína Paschoal, do PSL de São Paulo, legenda de Bolsonaro, uma das protagonistas do pedido de afastamento da então presidente Dilma Rousseff, já declarou que é contra os atos pró-Bolsonaro.

“Mas quem o está colocando em risco é ele, os filhos dele e alguns assessores que o cercam. Acordem! Dia 26, se as ruas estiverem vazias, Bolsonaro perceberá que terá que parar de fazer drama para trabalhar”, diz a parlamentar.

E o PT? O petismo sabe, pelo menos os petistas mais sinceros, que parte dessa crise se deve a ex-presidente Dilma Vana Rousseff, cuja irresponsabilidade e o despreparo terminaram jogando o país no buraco.

E Ciro Gomes? Tudo que falou durante a campanha para o Palácio do Planalto está acontecendo, principalmente em relação a Bolsonaro, quando cansou de dizer que um eventual governo do adversário seria um fracasso.

“Nunca tomou conta de uma bodega, como vai administrar um país?”, perguntava o ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco.

O povo brasileiro jogou fora a oportunidade de ter Ciro Gomes (PDT) na presidência da República. O Brasil precisa da experiência de um Ciro Gomes, da sua inquestionável competência. Com certeza, não estaríamos neste cenário sem perspectivas de melhora, cada vez mais desesperançoso.

O povo escolheu Jair Bolsonaro. Agora só nos resta torcer para que o presidente, eleito democraticamente, acerte, sob pena de levar o país a uma situação insustentável e, como consequência, uma nova crise institucional com mais um impeachment.