O “NOVO” PSL E O BOLSONARISMO


Quem fica e quem sai do PSL, ex-partido de Bolsonaro? Questiona Marco Wense


 

Já disse aqui que esse pega-pega no PSL, legenda pela qual o então candidato Jair Messias Bolsonaro foi eleito presidente da República, vai servir para mostrar quem é realmente um bolsonarista de verdade.

Quem é fiel e convicto bolsonariano, principalmente quem for dirigente partidário, deve sair do PSL e ir para o partido que o chefe do Palácio do Planalto pretende criar, sob pena de ser considerado “persona non grata” e ser vigiado 24 horas por dia.

Não tem cabimento um bolsominion fervoroso continuar no “novo” PSL, que decidiu caminhar com suas próprias pernas, sem a influência do comando beligerante do mandatário-mor do país e de sua família.

Como ficar em um partido que passa a ser ferrenho adversário do chefe do Executivo? Vale lembrar que a deputada federal Joice Hasselmann, ex-líder do governo no Congresso, vai detonar o vereador Carlos Bolsonaro na CPMI das Fake News. A parlamentar, que é pré-candidata a prefeita de São Paulo, diz ter provas contundentes de que o filho do presidente criava e distribuía notícias falsas.

O grande trunfo do “novo” PSL, além do bom tempo no horário eleitoral que o partido tem direito, mesmo tendo sua bancada de deputados reduzida de 53 para 29, são os R$ 358 milhões à disposição para gastar na eleição de 2020. É isso mesmo. Essa dinheirada toda, dinheiro meu, seu, de dona Maria, senhor João, enfim, do cidadão-eleitor-contribuinte. São R$ 245 milhões do Fundo Eleitoral e R$ 113 milhões do Fundo Partidário.

Aqui na Bahia, mais especificamente no sul, o primeiro dirigente a provar ser um bolsonarista por convicção e não de mentirinha, foi Fábio Mendes, que deixou a presidência da comissão provisória do PSL de Itajuípe assim que soube da notícia do rompimento de Bolsonaro com a legenda. Fábio deve assumir o comando da nova legenda que deverá ser criada pelo chefe do Palácio do Planalto.

Em Itabuna, não sei qual será a posição de Binho Shalon, se continua ou não na frente do PSL ou vai seguir o caminho do ultra-direitista Fábio Mendes, fiel escudeiro do presidente Jair Messias Bolsonaro e ferrenho defensor das pregações ideológicas do bolsonarismo.

O “novo” PSL já decidiu que não vai aceitar o, digamos, hibridismo político. As “cobras” do PSL só podem ter uma cabeça, obviamente voltada para ser oposição ao governo de plantão.

O “novo” PSL vai ajudar a robustecer o antibolsonarismo, assim como o PT fez com o antipetismo, que foi, sem nenhuma dúvida, o maior cabo eleitoral da campanha do então candidato Bolsonaro. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que se o segundo turno fosse disputado entre Jair Messias Bolsonaro e Ciro Gomes (PDT), o resultado seria outro, obviamente com a vitória do ex-governador do Ceará, que é hoje o mais preparado político da República brasileira.

Vamos esperar a poeira assentar para fazer uma análise mais detalhada, sem muito achismo e especulação, do comportamento do “novo” PSL nas sucessões municipais.