O PIOR MOMENTO


Um eventual pedido de impeachment já é discutido nos bastidores de Brasília


O presidente Jair Messias Bolsonaro vive o seu pior inferno astral. A agonia do dia a dia fica cada vez mais intensa. O fantasma do impeachment, que andava desaparecido, volta a rondar o Palácio do Planalto.

Vários fatos são fortes e inquestionáveis argumentos de que o pedido de afastamento já não é mais considerado como “intriga da oposição”, como costumam dizer os chefes do Executivo – prefeitos, governadores e presidentes da República – quando são investigados.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Pelo andar da carruagem, o caldo engrossou. As entidades representativas da sociedade já não estão mais caladas diante de um governo totalmente perdido no combate ao novo coronavírus, agora mais agressivo em decorrência de suas variantes. Até a elite econômica, tendo na linha de frente empresários e banqueiros, se rebelou, assinando um manifesto criticando a atuação do governo federal na crise sanitária e humana que assola o país.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que andou ensaiando uma nota, tendo nas entrelinhas um pedido de impeachment, começa a dar sinais de que pretende se manifestar, agora de maneira mais veemente.

Como não bastassem a camada que ocupa o topo da pirâmide social, a OAB e o Brasil sendo taxado de “cemitério do mundo”, a paciência do Congresso Nacional com o presidente Bolsonaro já passou do limite do suportável.

Veja o que disse Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados e o principal líder do Centrão, sobre o governo Bolsonaro: “Se não houver correção de rumo, a crise pode resultar em remédios políticos amargos a serem usados pelo Congresso, alguns deles fatais”.

Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que esse remédio fatal é o impeachment, o mesmo que foi usado contra os ex-presidentes Fernando Collor, Dilma Rousseff e Michel Temer. Vale lembrar que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é do DEM, sigla comandada nacionalmente pelo ex-alcaide de Salvador, o ex-bolsonariano ACM Neto.

Um eventual pedido de impeachment, que quando se falava nele era um absurdo, já é discutido nos bastidores de Brasília