OTTO E A ELEIÇÃO DE 2022


Caminho natural, o mais aconselhável, é buscar sua reeleição


Otto Alencar, presidente estadual do PSD, foi eleito senador da República no pleito de 2014, derrotando Geddel Vieira Lima, seu principal adversário, com 3,3 milhões de votos. O peemedebista obteve 2 milhões.

Como são oito anos de mandato, o exercício parlamentar de Otto encerra em 2022. O caminho natural, o mais aconselhável, é buscar sua reeleição. Quem tem que ceder aos desejos do PT é o governador Rui Costa, que parece já decidido a permanecer no Palácio de Ondina até o último dia de governo.

Otto não vai ser uma Lídice da Mata, dirigente-mor do PSB da Boa Terra. A socialista é sempre preterida, colocada à margem das articulações, assumindo o papel de coadjuvante. Vale lembrar que não é hoje senadora em decorrência das manobras do petismo.

O sinal, que antes era verde para Otto e seu PSD, ficou amarelo. O lulopetismo, obviamente sob a batuta do ex-presidente Lula, adorou a sugestão de Zé Cocá, prefeito de Jequié e presidente da UPB (União dos Prefeitos da Bahia), que anda pregando que o melhor lugar para Otto na majoritária é como vice de Jaques Wagner. “A chapa ideal é Jaques Wagner, Otto e Cacá Leão como senador”, diz o alcaide.

Que essa é a melhor composição para evitar um racha na base aliada e, como consequência, uma debandada para o lado de ACM Neto, não se tem a menor dúvida. O vice-governador João Leão (PP) ficaria satisfeito com seu filho como candidato a senador e o PT com Wagner encabeçando a majoritária.

E o PSD, o que acha dessa composição? Otto deixaria uma reeleição dada como certa pelos otistas para se arriscar a ficar sem mandato com uma eventual derrota de Wagner na sucessão de 2022?

Quando questionado sobre a sucessão de Rui Costa, Otto diz que só tomará uma posição em 2022. Nas entrelinhas, o senador manda o recado de que não vai se deixar levar pela sabedoria do PT, que sua aliança com a sigla não é irreversível, o que pressupõe que uma aproximação com ACM Neto, pré-candidato pelo DEM ao governo da Bahia, não está descartada.

É bom ressaltar que a prioridade das legendas, mais especificamente as que têm seus postulantes à presidência da República, é a sucessão de Bolsonaro. As conversas nos Estados podem ser desautorizadas pela cúpula nacional dos partidos.

Concluo dizendo que o experiente senador Otto Alencar, que faz um bom trabalho no Parlamento, vai buscar o que é melhor para sua sobrevivência política, sem dúvida sua reeleição para a Casa Legislativa.