Pena para falso dentista pode somar 75 anos de cadeia em Itabuna


Polícia Civil já encaminhou inquérito à Justiça; reunidos depoimentos e perícias de 15 vítimas


Sorriso amargo: Paulo Almeida responderá por exercício ilegal da profissão e lesão corporal grave

 Após três meses de investigação, a Polícia Civil concluiu o inquérito em que indicia o ex-estudante de Odontologia Paulo Henrico Almeida por crimes contra quinze pessoas em Itabuna. Segundo o delegado Humberto Matos, o falsário deverá responder por exercício ilegal da profissão de dentista e lesão corporal grave.

“Foram 15 pessoas que prestaram depoimento e foram submetidas a perícia odontomédica. A pena por lesões corporais de natureza grave varia de um a cinco anos; se somarmos a isso aí as as quinze condutas, só pelas lesões corporais ele pode ser apenado em 75 anos de prisão”, calcula o delegado, sobre o inquérito encaminhado à Justiça a partir de denúncias que começaram a chegar no início do ano.

Muitas das vítimas, conforme consta no inquérito, tiveram todos os dentes extraídos de vez e algumas foram submetidas a implantes malfeitos que não demoraram a cair. “Ele falou que ia fazer a extração de dois dentes, porque meu filho estava com uma bactéria; mas, na verdade, não foram dois; foram todos. Meu filho gritou e quanto eu fui até a sala dele chorando, ele falou que era pra eu sair de lá”, recorda a mãe de uma das vítimas, um rapaz de 21 anos que tem uma deficiência.

Outra paciente relata: “Ele arrancou tudo de uma vez e eu se senti mal, mal, mal; quando fui dormir, botei até uma toalha no travesseiro, pra não melar de sangue (…) Quando ele botou os dentes, ele deu um murro em minha cabeça pra a dentadura entrar nos pinos. Quando foi com seis meses, caiu”.

A defesa de Paulo Henrico segue alegando que ele é inocente. Também foram indiciadas, por suposto envolvimento nos crimes a ele atribuídos, outras duas dentistas. A defesa delas, porém, ainda não se manifestou.