Pré-candidato, Solon Pinheiro exalta ACM Neto e avalia Maria Alice



Após um ano desfiliado, o ex-vereador itabunense Solon Pinheiro conta os dias para voltar – oficialmente – ao Democratas (DEM) e diz ter apoio maciço do prefeito de Salvador, ACM Neto, para pleitear vaga de deputado federal. “O sul da Bahia tem mais de um milhão de eleitores e não pode ficar sem representação”, diz, já ensaiando o discurso.

Ele também está aberto a disputar a presidência do diretório municipal. Analisa, inclusive, o perfil que deve ter para substituir a ex-presidente da sigla, Maria Alice Pereira. Mesmo sendo advogado criminalista há cinco anos, Solon mostra que a política é a maior paixão dele – desde a escola do movimento estudantil.

Como está sua situação no Democratas hoje?

Eu fui vereador pelo Democratas. Na última eleição, concorri pelo PSDB, mas a minha história política sempre foi ligada a ACM Neto. Então, nosso projeto político em 2018 tem como prioridade a eleição dele para governador. Ele é pré-candidato e a gente vai ter o papel, como bem relacionado e conhecido na região, de ajudá-lo, fazer uma campanha mais expressiva aqui na região. Eu tenho essa missão. Não é ser o líder do processo, ainda é muito cedo pra discutir isso, mas eu farei parte da equipe que vai conduzir a campanha dele aqui na região.

E sobre o DEM em Itabuna?

A tendência é a minha volta para o Democratas. Provavelmente, isso vai acontecer em Salvador, vamos fazer um evento político aqui em Itabuna em setembro, no mais tardar outubro. Deveremos fazer um evento, inclusive com novas filiações.

Seu nome vem sendo ventilado para ser o presidente do partido, com a saída de Maria Alice…

Como eu sempre falo, a gente que tem vida pública não se governa (risos). Quem manda é o grupo. Se o grupo entender que meu nome é viável pra conduzir esse processo, estou aqui pra aceitar o desafio. Nunca fui de fugir de desafios. É a demonstração de que tenho a confiança do grupo. Na verdade, eu apoio ACM Neto desde 2002, desde a primeira eleição dele pra deputado federal. É a prova da minha fidelidade, da minha amizade. Estamos fora do governo do estado há mais de dez anos, mas eu nunca saí do grupo. Muitos que se diziam aliados não aguentaram as dificuldades de ser oposição e se renderam ao PT, a Wagner, ao governador Rui Costa. A gente sempre se manteve firme. Talvez por isso, pela nossa coerência política, nosso nome seja um dos mais cogitados para assumir esse desafio.

Que perfil o senhor espera ter para substituir Maria Alice no Democratas?

Sempre digo o seguinte: quando alguém mais novo ocupa o lugar de alguém mais velho, já mais experiente, a gente absorve o que tem de bom e melhora o que tem de defeito, que ninguém é perfeito. A ideia é a gente trabalhar renovação.

Que defeitos o senhor identifica nela para melhorar?

Eu prefiro começar pelas qualidades. Percebo em dona Alice o perfil de garra, de determinação, brigona, esse jeito é importante. É aquela mulher que aceita desafio, pode ter a dificuldade que for, está sempre ali valente, indo pra cima. Essa é uma característica interessante.

E o defeito…

O que eu vejo como defeito não é exclusivo dela. É um defeito que eu percebo, na verdade, na maioria de líderes de partidos que têm uma visão mais antiga, aquela visão de centralizar. Muitas vezes, têm a dificuldade de fazer uma gestão mais participativa. Eu acho que o partido político tem que ser mais aberto, discutir as ideias com os militantes, discutir os rumos de forma mais ampla, não centralizada.

Quais os seus próximos passos em termos de disputas na política?

Um desafio grande: meu nome está colocado pelo diretório estadual do partido como pré-candidato a deputado federal. Porque a gente percebe a necessidade que a região tem de ser representada. O próprio prefeito de Salvador, ACM Neto, tem nos estimulado para aceitar esse desafio.

Como o senhor recebe essa indicação?

Eu já aceitei. Meu nome está colocado como pré-candidato, inclusive. Dentro da legalidade, tenho começado a fazer alguns contatos em Itabuna e outros municípios, colocando para as lideranças da região a importância de votar em candidatos daqui. Na última eleição, por exemplo, não se elegeu nenhum deputado federal daqui. Porque nem Davidson [Magalhães] foi eleito; ele ficou como terceiro suplente e entrou por uma articulação do PCdoB. Nosso grupo não teve nenhum; isso não pode acontecer. Muita coisa não vem para a região porque falta força política

Por Celina Santos